João Mário luta contra eclipse e irmão garante: "Está tranquilo e vai dar a volta"

João Mário atravessa a fase mais difícil no Benfica desde que, no início da presente temporada, se juntou aos encarnados. De elemento essencial no meio-campo das águias, o internacional português tem-se visto nas últimas partidas relegado para um papel de grande apagamento, sendo suplantado na utilização tanto pelo jovem Paulo Bernardo como, nos derradeiros dois jogos, por Adel Taarabt.

São já cinco as partidas consecutivas em que João Mário não é escolha para a titularidade e mesmo considerando que numa delas, frente ao Tondela, esteve indisponível por ter tido um teste positivo à covid-19, só o facto de estar há quatro jogos seguidos fora do onze é o seu pior registo em Portugal: nunca, nem enquanto júnior, o médio foi tantas partidas relegado às segundas opções.

A nível da carreira de João Mário em território nacional, apenas há um quase paralelismo com o atual momento, onde o médio foi suplente não utilizado pelo Sporting no arranque de 2014/15 nas jornadas 1, 2 e 4, sendo preterido no dérbi com o Benfica na ronda 3, apesar de inicialmente convocado. Ou seja, viveu quatro jogos de ausência no onze.

O camisola 20 das águias só voltaria a sentir as agruras de não ser titular habitual em Itália, mas aí ainda com maior dureza: em 2018/19, no Inter, teve um ciclo de dez jogos como suplente não utilizado e outro de oito.

Nos empréstimos ao West Ham, Lokomotiv Moscovo e Sporting, por cedência do emblema italiano, João Mário foi sempre um homem feliz, no que a ser uma primeira escolha diz respeito. A chegada à Luz, com Jorge Jesus, técnico que o ajudou a projetar-se para a liga italiana depois de uma superlativa temporada em 2015/16 em Alvalade, voltou a dar minutos, muitos minutos, ao internacional português.

Uma situação que, com Nélson Veríssimo, sofreu uma inversão. Nas últimas quatro partidas em que esteve fisicamente disponível, João Mário viu-se como um suplente não utilizado contra o Ajax e o Santa Clara, alinhando 18" com o Boavista e 45" com o Gil Vicente: em 360 minutos possíveis, o médio de construção jogou 63", ou seja, apenas 17,5 por cento do que podia. A última vez em que foi titular remonta a 29 de janeiro, quando jogou na final da Taça da Liga ante o Sporting.

Irmão garante resposta quando voltar a jogar

O momento menos brilhante de João Mário é seguido de perto, ainda que à distância dos quilómetros, pelo irmão Wilson Eduardo. A jogar no Alanyaspor, da Turquia, o extremo conta a O JOGO que "todos os dias" fala com João Mário e sente que este vai reagir para recuperar o estatuto de titular no Benfica.

"Não falamos muito de futebol mas sinto que ele está bastante tranquilo. Ele, aliás, é uma pessoa que está sempre tranquila. Está à espera que volte a ter o seu momento para recuperar o lugar na equipa", conta Wilson Eduardo a O JOGO.

A idade e a experiência acumulados dão, assegura o mano mais velho, garantias.

"O João é um jogador com grande maturidade e experiência, que já passou por situação idêntica quando esteve em Itália [no Inter], por isso está a encarar tudo com naturalidade. Hoje em dia está bem preparado para estas situações e tem uma grande bagagem. O João quer dar a volta à situação e voltar às opções do treinador, aguardando por essa chamada. Quando voltar a ter uma oportunidade, vai aproveitá-la ao máximo", frisa.