Jesus: "Nos jogos contra o Benfica, só ouço os treinadores dizerem 'mata, mata, mata'"
Treinador do Benfica abordou a questão do tempo útil de jogo em Portugal.
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Jorge Jesus foi questionado este domingo sobre a questão do pouco tempo útil de jogo nas partidas da Liga NOS e, apontando para as estatísticas, o técnico do Benfica explicou que ouve com frequência os treinadores adversários dizerem 'mata, mata, mata' nos jogos contra as águias.
"Há aquela máxima no futebol português. Sempre que o adversário defende, não está preocupado com um bom posicionamento. A preocupação de grande parte dos treinadores é: 'mata, mata, mata'. Mata a jogada. É uma preocupação do ponto de vista desportivo, mas podem dizer-me que se estivesse numa equipa com a corda ao pescoço - e isso temos todos -, a lutar para não descer, também faria isso... Mas penso que não é a característica fundamental ou principal de um treinador, dizer aos jogadores para matar ou fazer faltas. Neste último jogo do Benfica com o Arsenal, em Atenas, sabem quantas faltas o Benfica fez? Estamos a falar da Liga Europa... Três faltas, três. Importa-me ensinar aos jogadores a organizarem-se defensivamente. Só ouço os treinadores portugueses contra o Benfica a dizerem: 'mata, mata, mata'", afiançou Jesus.
O técnico do Benfica refere ainda que seria importante ouvir os intervenientes diretos do jogo - futebolistas, treinadores e árbitros - sobre a questão do tempo útil:
"O futebol português precisa de ouvir as pessoas que estão inseridas diretamente no futebol, como jogadores, árbitros, treinadores... Dirigentes... Por que não? Mas principalmente os primeiros três, dentro de uma conversa que se pode levar para a mesa, não só com esse problema [tempo útil de jogo] na ordem de trabalhos. Porque no futebol português há antijogo. As estatísticas estão aí, é o ftuebol da Europa que mais antijogo tem. Mas não é só por causa dos jogadores [de campo]. Um guarda-redes tira em média 10 minutos do jogo, com aquelas paragens", rematou Jorge Jesus.
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