Jesus lamentou que os cedidos não tivessem minutos nos clubes que os acolheram. Dos onze que saíram, poucos ganharam com a troca.
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A 12 de dezembro, Jorge Jesus foi pronto a analisar como a ideia de emprestar jogadores está a ficar aquém dos objetivos pela falta de minutos dos cedidos nos respetivos clubes de acolhimento:
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"O Gedson [Tottenham] nunca trabalhou comigo, não o conheço bem. Todos estes jovens que o Benfica tem, que saíram para crescer..., se não jogam na equipa-mãe é importante saírem para jogar. Mas se eles não jogam nessas equipas, mais vale estarem no Benfica, pois aprendem muito mais. Saiu o Florentino [Mónaco], não está a jogar; o Jota [Valladolid] não está a jogar; o Tomás Tavares [Alavés]; o outro menino [David Tavares] para o Moreirense... Isso para a evolução deles não é positivo. Se é para não jogar então prefiro que estejam cá, aprendem mais."
A opinião já tinha sido clara quando Florentino rumou à Ligue 1, tendo o técnico explicado que era uma opção do médio conhecer um campeonato estrangeiro. A tendência é que os jovens saiam mais cedo para outros palcos, mas dos 11 atletas que o Benfica cedeu só Pedro Pereira, no Crotone, da Serie A, Alfa Semedo, no Reading, do Championship, e Krovinovic (WBA) têm sido opções recorrentes: o ala mais pelos 14 jogos e 1123 minutos; o médio pelos 16 encontros e 983 minutos, com três assistências para valorizar; o croata pelos 10 jogos e 525" de competição.
Jogadores oriundos da formação do Seixal são caso mais claro de parca aposta, somando, em média, apenas cinco partidas desde agosto. Muitos não têm dado o passo à frente em minutos
Até ao Natal, os 11 cedidos da equipa principal do Benfica alcançaram, na totalidade, 88 partidas pelo clube de acolhimento em 2020/21. A média é de 8 encontros por atleta. No entanto, aí estamos a incluir os nomes de Krovinovic, os de Pedro Pereira, Alfa Semedo, Cádiz (dez jogos pelo Nashville da MLS) e o de Carlos Vinícius, que está no Tottenham e alinhou seis vezes com três assistências e três golos para registo. Todos estes são para valorizar e potencialmente colocar num futuro próximo. O problema reside, acima de tudo, nos jovens do Seixal que a estrutura encarnada quer fazer voltar depois de serem potenciados lá fora.
Juntos, os seis formados na academia do Benfica -excluímos da equação Pedro Pereira, que saiu nos sub-19 e foi recontratado depois - estão longe de ter a oportunidade que reclamaram ao sair e estão numa adaptação com quatro meses e alguns retrocessos. Perfazem um total de 32 encontros disputados, ou seja, uma média de 5,3 jogos cada, algo que muitos poderiam almejar na rotação feita por Jesus nas taças e na fase de grupos da Liga Europa.
David Tavares soma dez no Moreirense; Tomás Tavares três no Alavés e Jota leva seis e é o único ex-Seixal a ter marcado, obtendo um golo pelo Valhadolid. Florentino tem 204" divididos por seis jogos no Mónaco e Tiago Dantas leva seis desafios, mas pela equipa secundária do Bayern. A terminar, o caso de Gedson Fernandes, o único que já vai numa época de empréstimo. Fez 13 jogos em 2019/20, alcançando já nessa altura apenas 63 minutos na Premier League, porém esses números não contam para 2020/21: na nova temporada tem os mesmos 63 minutos, mas em todas as provas. E em janeiro vai voltar a casa, para ser reforço às ordens de Jorge Jesus.