O antigo avançado do FC Porto não foi convidado para participar no jogo solidário deste sábado frente a lendas do Real Madrid
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Mário Jardel, antigo goleador do FC Porto, admitiu este sábado ter ficado magoado pelo facto de não ter sido convidado para participar no jogo solidário que várias antigas glórias dos dragões realizaram contra lendas do Real Madrid (vitória por 1-0), no Estádio Santiago Bernabéu.
“Não fui convidado e não sei o motivo. Fiquei muito triste, pois sou o único jogador da sua história com duas Botas de Ouro. Sou uma história importante deste clube e fui marginalizado. Não é assim que se trata os ídolos que estão vivos”, desabafou, em declarações ao jornal Marca.
“Liguei várias vezes ao meu ex-colega Vítor Baía [vice-presidente do FC Porto], mas não me fez caso. Tenho uma relação muito boa com o clube e este era um jogo que teria gostado de jogar, pois faço muitos jogos solidários deste tipo”, prosseguiu.
Questionado sobre se o motivo dessa omissão teve algo a ver com os problemas de drogas que passou após a sua retirada dos relvados, em 2011, o antigo avançado brasileiro considerou que não.
“Não creio que seja por isso e o FC Porto deve ser um senhor clube, que respeita a sua história. Precisamente por vir de onde venho, eu teria ajudado muito hoje no Bernabéu. Se me querem ajudar de verdade com tudo o que tive, isto não se faz. A minha história no FC Porto vai além das drogas e da indisciplina que tive na minha vida passada fora do futebol. Nada nesta vida é perfeito”, apontou, antes de falar um pouco sobre a sua vida atual, com nova “farpa” para os dragões.
“Estou feliz e bem fisicamente, a viver cada dia como se fosse o último. Cuido da minha saúde, vou ao psiquiatra e tenho acompanhamento, estou a curar-me dos vícios pouco a pouco. Mas o clube nada, nem me ligou para ver como estou. Agora sou um homem limpo, que dá valor à família e estou a reconstruir amizades. Pedi perdão por tudo o que fiz e estou nesse processo”, contou.
A concluir, Jardel salientou que a sua ausência na partida é ainda mais estranha tendo em conta que tem dois filhos que nasceram no Porto e são adeptos da equipa: “Eles amam o clube e eu também. Foi por isso que me doeu isto do Bernabéu”.