O primeiro mês de 2025 vai apurar quem disputa a fase de campeão. Os treinadores Bruno China e Pedro Bouças analisaram para O JOGO quem está mais bem posicionado e os destaques
Corpo do artigo
Ano novo e Liga 3 na reta final da primeira fase. Faltam quatro jornadas para terminar a primeira etapa do terceiro escalão, que vai dividir as oito equipas (quatro de cada série) que vão lutar pelas duas vagas de subida direta à II Liga, enquanto as restantes disputarão a permanência.
Na Série A lideram Fafe e Varzim (26 pontos). Se o Fafe fez uma aposta séria na subida, o Varzim tem-se reinventado face aos problemas financeiros e, ainda que com redução orçamental, tem estado quase sempre entre os quatro primeiros. O Amarante liderou durante várias rondas e continua de olho no pódio (25 pontos), o Trofense (23) recuperou bastante com Renato Coimbra ao leme, o Braga B (22) tem sido inconstante e o Lourosa (21) está a subir de forma.
“O Vilaverdense é a maior desilusão. Veio da II Liga e não foi capaz de se preparar para ser competitivo”
“O Amarante
é um clube bem organizado e potenciou valores individuais”
Pedro Bouças (Treinador)
A sul há um emaranhado de pretendentes: o Atlético (25 pontos) tem a liderança ameçada face ao surpreendente 1.º Dezembro e leva vantagem de dois pontos sobre a Académica, de novo à procura da glória perdida. O Belenenses (22) teve um início quase perfeito, mas não ganha há sete encontros. Mais atrás está o Caldas (20), de olho nos da frente.
O JOGO convidou os treinadores Bruno China e Pedro Bouças a fazerem um balanço do que já se jogou e a perspetivar o que falta disputar da prova. Os candidatos, as surpresas, as deceções e os destaques individuais [ver peça ao lado] servem como guia neste arranque de ano civil para uma Liga 3 que volta aos relvados já neste fim de semana e que terá um mês de janeiro decisivo.
“Nesta época têm aparecido jogadores jovens a despontar e a revelarem-se”
“A Liga 3 baixou de nível na segunda e terceira edições em relação ao ano de estreia. Este ano voltou a subir”
Bruno China (Treinador)
“O balanço da atual edição é positivo. É uma prova em que mais uma vez há um equilíbrio muito grande entre todas as equipas e muita competitividade. Jogos com resultado imprevisível, equipas muito bem trabalhadas, a jogar bem, com boas ideias de jogo, e têm aparecido jogadores jovens a despontar e a revelarem-se”, começou por referir Bruno China, numa análise corroborada por Pedro Bouças, embora o treinador que já orientou Felgueiras, Varzim e Anadia nesta competição veja esta edição da prova mais parecida com a primeira. “A Liga 3 baixou de nível na segunda e terceira edições em relação ao ano de estreia, que teve um nível muito alto. Este ano, o nível voltou a subir. Houve um investimento muito maior por parte das SAD e clubes. Isso aumentou o nível desta primeira fase. Conseguiram atrair alguns jogadores de II Liga, juntamente com outros, que estão a dar nas vistas”, avaliou China.
Sobre a surpresa até ao momento, ambos escolhem o Amarante. “Veio do Campeonato de Portugal, conseguiu colocar-se entre os clubes que podem chegar à fase final e nunca saiu dos quatro primeiros. É um clube bem organizado e potenciou valores individuais”, disse Bouças, revelando em seguida que o Vilaverdense foi a “maior desilusão”. “Fez o caminho inverso do Amarante. Veio da II Liga e não foi capaz de se preparar para ser competitivo no regresso à Liga 3.”
Nos destaques pela positiva, além do Amarante, Bruno China elege o 1.º Dezembro. “No ano passado conseguiram a permanência com alguma dificuldade, este ano são uma equipa muito bem trabalhada, que sabe o que quer em cada momento do jogo”, salientou, colocando S. João de Ver e Covilhã nas “deceções”. “O S. João de Ver formou um plantel para andar mais perto dos quatro primeiros lugares. O facto de não terem arrancado bem, mesmo ganhando o primeiro jogo contra o Lourosa, foi um grande handicap. Depois, tiveram uma fase mais difícil e têm tido mais dificuldade em encontrar-se. Na Série B, o Covilhã, também pela história do clube. Ainda há pouco tempo estava na II Liga. Na época passada lutou para subir e este ano, apesar de ter havido uma reformulação muito grande, o objetivo seria andar a lutar pelos quatro primeiros lugares, o que não tem conseguido”, explicou China.