Filipe Macieira, team manager do S. João de Ver, só conseguiu garantir a permanência na derradeira jornada Liga 3 – algo que já está vacinado-, com a sua equipa a vencer o Vilaverdense. Além desse resultado, a derrota do Anadia contra a Sanjoanense foi favorável para os malapeiros respirarem de alívio
Corpo do artigo
Filipe Macieira já está vacinado para as emoções fortes vividas na Liga 3, no que à luta pela sobrevivência diz respeito. Em quatro das três edições desta prova, o dirigente sofreu até à última, sendo que nas duas primeiras épocas foi ao serviço do Anadia, quando era diretor desportivo dos bairradinos e na mais recente, como team manager, no S. João de Ver.
“Já estou habituado a sofrer até ao fim, em três anos de Liga 3, safei-me sempre na última jornada”, recordou Filipe Macieira, que esta época ficou “triste pela descida do Anadia”. “Foi um clube que representei durante dois anos, mas eles tinham feito a festa em nossa casa e no fim de semana a seguir foram apanhar as canas”, referiu, em alusão à vitória da equipa comandada por Filipe Moreira sobre o S. João de Ver na penúltima jornada, que empurrou os malapeiros para a zona de despromoção, algo que se inverteu na derradeira jornada. “Houve muita emoção. Toda a gente já dizia que íamos descer de divisão depois daquele jogo dramático contra o Anadia. Tínhamos ordenados em atraso, mudança de treinador e poucos acreditavam, mas nós, enquanto grupo, tínhamos uma palavra a dizer e conseguimos”, revelou o team manager, sublinhando que a união dos jogadores foi essencial para a evitar a descida.
“Unimo-nos muito porque o balneário estava dividido. O presidente [Carlos Branco] teve uma conversa com os jogadores e disse que íamos vencer o nosso jogo [Vilaverdense] e depois ter uma pequena esperança com o outro resultado. A Sanjoanense vinha de cinco vitórias seguidas e não seria fácil para o Anadia ganhar”, explicou, acrescentando que a seguir à presença inédita do S. João de Ver na Taça de Portugal, onde caiu nos quartos de final contra o Rio Ave, começaram os problemas de ordenados em atraso, que levaram ao menor rendimento da equipa e à saída do treinador Afonso Cabral, rendido por Pedro Lomba, a três jornadas do fim do campeonato.
Agora, que as emoções estão mais tranquilas, Macieira ainda não sabe se vai continuar ao serviço do clube de Santa Maria da Feira. “Sinto-me um malapeiro porque foram dois anos de muita emoção. No ano passado, subimos à Liga 3 e foi incrível, tal como este ano garantir a permanência mesmo a acabar. Sou Natural de Amarante, foram muitos quilómetros em viagens, sei que o presidente quer que continue. Os sócios e adeptos também têm um grande carinho por mim, mas agora é tempo de descansar e só depois é que analiso”, revelou Macieira, admitindo que tem outra proposta de Liga 3 e outras do Campeonato de Portugal.