Técnico recusou traçar para já novos objetivos, confessou a rejeição de várias ofertas da SAD famalicense antes da chegada em março e expressou felicidade pelo atual desafio
Corpo do artigo
Renovado o contrato com o Famalicão até 2023, o treinador Ivo Vieira, um dos artífices da permanência da equipa na Liga NOS, está já a preparar a próxima temporada, mas só optará por definir a meta para 2021/22 quando o plantel estiver constituído.
"Preciso de saber o que tenho em mãos para traçar objetivos. Acredito no projeto e na capacidade das pessoas para me poderem dar jogadores capazes de alcançar outros objetivos, mas sem tê-los em mão é prematuro lançar objetivos. Obviamente vamos tentar ficar mais acima [na classificação]", afirmou Ivo Vieira, no Canal 11.
O técnico madeirense, ressalvando que "não gosto de fazer promessas" aos adeptos, admitiu que ele e os responsáveis da SAD do clube minhoto "ainda não fecharam 50% do plantel", pelo que está "num processo prematuro e difícil de prever a curto e médio prazo".
Na mesma entrevista ao canal 11, Ivo Vieira, recuando a março último, altura em que ingressou no Famalicão, confessou que "não queria aceitar" a proposta minhota por se tratar de um "risco" e por idealizar uma pausa na carreira após a passagem pela Arábia Saudita.
"Não queria aceitar inicialmente. Rejeitei mais do que uma vez a proposta do Famalicão e outras que surgiram porque tinha uma estratégia para a minha carreira. A decisão era parar esses dois meses. Olhei para o calendário, olhei para o plantel e pensei que algo tinha de ter acontecido para estar naquela posição. Eu arrisquei a minha carreira e tomei esse risco de abraçar o projeto", referiu Ivo Vieira.
"Olhei e vi que recebíamos o Braga, que perdeu o segundo lugar connosco e tinha ganho no Dragão por 3x2. Íamos à Madeira jogar com o Marítimo, que estava na mesma situação que nós, recebíamos um grande Paços e depois tínhamos o Sporting, que estava em primeiro. Olhei e pensei: 'se não somarmos pontos, vou-me enterrar até ao pescoço'", acrescentou.
O treinador do Famalicão reconheceu, depois, que Idan Ofer, investidor principal da SAD famalicense, teve um papel decisivo na sua aceitação em comandar a equipa minhota. "Houve uma vontade grande do presidente, que me comoveu e me fez aceitar", constatou.
Volvidos dois meses desde a sua chegada ao Famalicão, com sucesso à mistura, a SAD anunciara, na passada segunda-feira, a renovação do vínculo contratual de Ivo Vieira até 2023. A confiança sentida originou uma certeza.
"Tenho várias coisas que me permitem dizer que não quero mudar. Só se vier uma coisa extraterrestre que possa demover-me do meu compromisso. Estou muito feliz em Famalicão", completou Ivo vieira.