ENTREVISTA >> Segundo melhor marcador do Braga, atrás de Ricardo Horta, o extremo Iuri Medeiros acredita que o clube está a dar os passos certos para um dia poder lutar pelo título de campeão.
Corpo do artigo
Prometeu muito no início, depois passou por uma estagnação e agora voltou ao topo. Ainda vai a tempo de fazer o quê na carreira?
-Eu precisava de estabilidade nesta fase e o Braga deu-me isso; estou muito grato ao clube. Fui muitas vezes emprestado, fazia-me confusão ter que andar a trocar sempre de casa e o que isso implicava para a minha família. No Braga encontrei estabilidade. É um clube que dá todas as condições para os jogadores pensarem apenas em dar o máximo. É um clube com infraestruturas de topo e uma estrutura muito forte. No passado ia para um clube e no final da época já sabia que ia mudar novamente. Agora tenho todas as condições para mostrar o meu futebol.
Ir para o Nuremberga foi então um passo atrás?
-Não gosto de dizer que foi um passo atrás. Foi uma oportunidade, mas não correu tão bem e vim para o Braga para mostrar o meu valor. O Braga é claramente o clube certo, onde posso mostrar o que valho, um clube espetacular. A minha mulher e os meus filhos sentem-se bem e isso é importante.
"Desde que sou jogador sempre tentei fazer coisas diferentes. Via, e vejo, muitos vídeos do Messi e tento fazer muito do que ele faz. Mas falta-me muito, claro, para ser como ele"
Qual é a maneira de retribuir essas condições dadas pelo clube?
-É com golos e é a ajudar a equipa a vencer. Espero que o Braga cresça ainda mais.
Pode-se dizer que Carvalhal redescobriu o Iuri?
-O míster deu-me a mão, deu-me tudo para eu crescer e eu estou a tentar retribuir essa oportunidade que me deu. Se tiver que ficar no banco e entrar, ajudo na mesma. Estou muito grato por tudo o que fez por mim.
Está um jogador diferente?
-Sim, como pessoa cresci, estou mais maduro. Ter filhos ajuda-nos muito a crescer. Antes, quando era miúdo, fazia muitas asneiras, mesmo no Sporting e na formação, mas agora penso que não devia ter feito aquilo.
Extremo do Braga admite que continua a ver vídeos do astro argentino e nos treinos testa as habilidades com o propósito de se tornar um jogador diferente da maioria. Sonha ser campeão no Minho
Mas em campo mantém a mesma irreverência...
-Desde que sou jogador sempre tentei fazer coisas diferentes. Via, e vejo, muitos vídeos do Messi e tento fazer muito do que ele faz. Mas falta-me muito, claro, para ser como ele. Falta-me uma Bola de Ouro [risos]... Acho muito bonitos aqueles remates em arco que o Messi faz e dão golo, embora haja pessoas que digam que aquilo é normal. Na prática é bem mais difícil. As pessoas gostam de chapéus, golos acrobáticos, mas eu sempre preferi esses golos em arco. Eu via muito o Barcelona e olhava sempre para o Messi, porque é o meu jogador preferido. Pensava, para mim, que também tinha que fazer aqueles golos. O Matheus, o Tiago Sá e o Hornicek é que são as vítimas. Dizem que chegam à bola, mas nunca chegam.
Ainda tem algo a provar ou a mostrar?
-Quero deixar a minha marca no futebol português. Gosto de fazer as coisas com calma, mostrar a minha qualidade. O meu maior sonho, neste momento, é ser campeão pelo Braga. Temos um grupo fantástico, de qualidade, e vamos querer lutar por objetivos grandes nas próximas épocas. Em Inglaterra o Leicester subiu e foi campeão. É possível o Braga ser campeão, porque a equipa luta sempre para estar nos três primeiros. E sonhar não custa!
Esta é a sua época de afirmação plena?
-Acredito que posso fazer uma das minhas melhores épocas. Estou num bom momento e estou a conseguir fazer o que quero.