ENTREVISTA >> Um telefonema de Aurélio Pereira mudou a vida de Iuri Medeiros quando ia a caminho da Luz
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Como é que um jogador do Faial, um lugar em que não há muitas condições para a modalidade, consegue chegar à primeira linha do futebol português?
-Eu jogava no campeonato do Faial, só entre equipas da ilha, e numa altura o Benfica foi lá disputar um torneio. A minha equipa perdeu 14-1, mas fui eu que marquei esse golo e, por sinal, foi acrobático. Então o Benfica quis que eu fosse às captações, com 80 jogadores. Eu não tinha dinheiro e o meu irmão ajudou-me a ir a Lisboa. Passei por todas as etapas do processo de seleção. Aceitei então ficar no Benfica, mesmo não sendo o meu clube do coração, que é o Sporting. Tinha nove anos. Só que depois, já ia a caminho do Benfica, ligou-me o senhor Aurélio Pereira, do Sporting, a dizer que queria ver-me num torneio. Arrisquei, fui o melhor jogador e o melhor marcador desse torneio e fiquei no Sporting até aos 22 anos.
E como foi a adaptação ao Braga e à cidade?
-Foi muito fácil. Conhecia muitos jogadores, o Esgaio, o Ricardo e o André Horta. É uma cidade tranquila, boa para viver.
"Nas férias passei mais tempo a recuperar com o Moura do que com a minha mulher"
Quem é o mais bem-disposto do plantel?
-Dou-me muito bem com o Abel, com o Moura, mas eu é que sou o mais brincalhão; gosto de esconder algumas coisas no balneário. O Moura é com quem brinco mais. Passámos as férias juntos a recuperar das lesões, até passei mais tempo com ele do que com a minha mulher.