Destaca quem o conhece e o foi buscar ao Uruguai que o agora avançado das águias "está longe do máximo" e vai render "um dinheirito" extra ao Almería.
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Os três golos apontados ao Lech Poznan e as cinco assistências nos jogos anteriores preenchem o currículo de Darwin Núñez de águia ao peito, mas não são números que surpreendam quem o conhece bem.
Foi isso mesmo que o diretor-desportivo do Almería referiu a O JOGO, ele que o foi buscar ao Uruguai para reforçar o emblema da II divisão espanhola e esteve nas negociações da venda do passe do ponta de lança ao Benfica.
"Isto ainda não é o máximo que ele pode dar. O Darwin arrasta os defesas, bate neles, ganha nos duelos físicos porque é fortíssimo fisicamente e na profundidade não dá hipótese a ninguém. Não pára quieto o jogo inteiro. Dá tudo em campo, é um animal", avalia o português João Gonçalves que vê o uruguaio de 21 anos ser no futuro "um ponta de lança de referência mundial". "No pós-confinamento, fizemos onze jogos de três em três dias e ele fez os 90 minutos em todos com esta intensidade que mostra agora."
Para o dirigente do Almería, Darwin "tem os ingredientes todos" e, pela sua qualidade, "Jesus e o Benfica não o querem perder", mas "não vai lá ficar a vida toda". E esse poderá ser o benefício que levou o clube da II divisão espanhola a "fazer negócio com o Benfica e não com clubes de nomeada de Inglaterra e Alemanha", até porque o Almería vendeu por 24 milhões de euros, mas ficou com 20 por cento de uma futura mais-valia. "Quando o aceitámos vender por menos que outras ofertas foi porque sabíamos o trabalho que o Benfica faz e a percentagem que guardámos ainda nos vai render um dinheirito. Sabíamos aquilo que estávamos a vender. Arrisquei mais quando o fui buscar ao Uruguai e pagámos 10 a 11 milhões do que o Benfica arriscou agora", avalia.
Prego a fundo até a treinar
"Darwin é impressionante, treina com a mesma obsessão como se estivesse em jogo", diz João Gonçalves, que apenas lhe aponta algumas coisas para limar. "Diziam que o ponto fraco dele era o jogo de cabeça, mas não é nada disso. Ele não marcou mais de cabeça porque não calhou, mas é muito forte nesse particular. Tem de melhorar o jogo de costas para a baliza e as receções de bola, mas até nisso já está melhor com o trabalho que tem desenvolvido com Jorge Jesus", aponta o director-desportivo do Almería, que destaca a valia do jogador que levou "o Benfica a bater recordes". "A qualidade paga-se e ele já está a mostrar-se, mas já antes o havia feito. Marcou golos agora, mas já no jogo anterior rebentou com a defesa do Rio Ave", sublinha.