Investidor do Portimonense não desarma: "Não adianta levar ao colo os incumpridores"
Constantin Panagopoulos, conhecido por Theo, diz que há clubes "cada vez mais endividados" e que a "bola de neve" só prejudica o futebol português
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O principal acionista da SAD do Portimonense, Constantin Panagopoulos, conhecido no futebol como Theo, não desiste da ideia ver a sua equipa competir na I Liga na próxima temporada, apontando o dedo aos incumpridores. Numa nota que tornou pública ao início desta tarde, o investidor pede que sejam tomadas medidas adequadas para punir quem não estiver a atuar de acordo com os regulamentos.
"O Estado português, a Federação Portuguesa de Futebol e a Liga Portugal não podem ignorar os incumprimentos, não podem prejudicar quem cumpre e assobiar para o lado com quem não paga. Nunca será um exemplo para o futuro. O futebol é uma das maiores indústrias do mundo e Portugal está no top-5, mas falta transparência e justiça em Portugal no requesito das obrigações patrimoniais e de responsabilidades. Não queremos favorecimentos, queremos apenas igualdade, transparência e justiça para bem do futebol e da economia portuguesa", refere Theo.
“A maioria dos clubes não são sustentáveis, precisam de recrutar acionistas maioritários lá fora para as suas SAD, mas como podem fazê-lo com injustiças e desigualdade? Se a nossa Liga não é tão atrativa é por causa de situações como a do Boavista e outros. Se existem regras diferentes para os clubes como é que a Liga e os clubes podem angariar patrocinadores, investidores e acionistas, tornando-se mais atrativa? Não temos dúvidas que o Portimonense é um modelo a seguir. Em dez anos, nunca falhámos ao nível do pagamentos. Até mesmo na pandemia fomos um exemplo. No final do mês, os nossos jogadores e funcionários não vivem com dúvidas, eles sabem que o seu vencimento está garantido, como é o direito de todos os trabalhadores. Será que acontece com todos os jogadores e funcionários de outros clubes? De certeza que não até, mesmo por uma declaração de um ex-presidente quando diz que “dois meses de atraso não mata ninguém", continua.
O investidor diz que a Liga permite a concorrência desleal. “Nós somos cumpridores, mas entramos todos os anos em desvantagem, perante clubes incumpridores não apenas na falta de pagamento aos jogadores, funcionários, segurança social, Autoridade Tributária, credores e PER. Não alimentamos sonhos desmedidos aos nossos jogadores. O nosso modelo é sustentável: recrutar jovens para potenciá-los e darem retorno desportivo e também económico. Temos infraestruturas de topo, um estádio cinco anos consecutivos com o melhor relvado do país e o primeiro estádio para jogos oficiais com iluminação em LED. Somos das primeiras equipas a cumprir todos os pressupostos e entregar 10 dias antes do prazo. Não precisamos de joguinhos, até conseguir cumprir os mesmos pressupostos”, realça.
Para Constantin Panagopoulos, "não adianta tapar o sol com a peneira, não adianta levar no colo os incumpridores, que cada ano estão mais endividados. É uma verdadeira bola de neve. Não adianta enganar os apaixonados pelo futebol com falsas promessas. Não adianta tentar fazer empréstimos fictícios com pessoas físicas, agentes e empresas dando garantias que não existem, ou adiantamentos impossíveis, pois há contas bloqueadas, penhoras e manobras para pagamentos ilegais para enganar a segurança social, Autoridade Tributária, credores, Liga e até mesmo a própria contabilidade. O futebol precisa de justiça, seriedade e boa imagem", remata Theo.