António Caldas, comentador da Next, quebrou o silêncio sobre as cenas menos bonitas ocorridas no Braga-Sporting.
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Momentos de tensão nos camarotes do Municipal de Braga, com Hugo Viana, diretor desportivo do Sporting, e António Caldas, comentador da Next, a protagonizarem cenas menos bonitas: segundo conseguimos apurar, após o que os arsenalistas dizem ter sido provocações constantes do dirigente dos leões, este deslocou-se ao local onde a televisão estava a fazer a sua emissão, tendo encostado a cabeça ao antigo jogador e hoje treinador.
O Sporting, também pela via oficial, refuta a versão dos minhotos, garantindo que Viana sim, foi alvo de provocações por parte dos elementos do Braga que se encontravam nas proximidades. Certo é que a polícia foi chamada ao local, tomou nota da ocorrência, não tendo, porém, identificado o ex-médio, apesar de ser essa a informação que começou a circular.
Esta segunda-feira, António Caldas quebrou o silêncio em entrevista ao semanário Novo. "Conheço o Hugo Viana, mas eu ontem (domingo) não conheci o Hugo Viana. Estava completamente transtornado, perdido, fora de si. É pena, mas também percebo o momento do jogo. O Viana conhece-me, o Rúben Amorim conhece-me perfeitamente, mas estavam descontrolados. Quando Hugo Viana veio ter comigo e invadiu o camarote da Next, perguntei o que é que se passava com ele, o que é o que ele tinha, se estava bem. Vi-o completamente transtornado. Eu nem sabia que do outro lado estava o Hugo", começou por dizer.
"Era uma pessoa violenta, ameaçadora a dizer que vinha ter comigo, simplesmente porque num momento do jogo em que o árbitro demorou a marcar uma falta e foi preciso o banco do Braga dar um grito para dentro e eu disse: 'Para marcar falta, só à base do grito'. Do outro lado ouvi o Amorim a dizer: 'Cala a boca, cala a boca'. E outra pessoa, que eu não sabia quem era, ameaçadora, louca, a simular que vinha ter comigo e a tentar saltar os camarotes. Tiveram um mau comportamento, inclusivamente no momento do golo, com pontapés nas cadeiras, na vedação entre os camarotes, virados para o nosso lado e, penso eu, para mim. Era um descarregar de toda uma pressão que estavam a sentir, penso eu", explicou António Caldas.
"Acho que subiram rápido demais e estão completamente perdidos ou descontrolados. Isto não tem nada a ver com a história da máscara"
A atitude de Amorim foi depois alvo de mais pormenores. "O Rúben até disse: 'Vocês ganharam uma taça à minha custa'. É inadmissível este comportamento. Custa-me muito ver gente do futebol... Acho que subiram rápido demais e estão completamente perdidos ou descontrolados. Isto não tem nada a ver com a história da máscara. Eu participei à polícia as ameaças que o Hugo fez. E é pena ver dois jovens que para mim ainda são menos, a ter este tipo de comportamentos", disse, indicando que os stewards "puseram-se à frente". "Mas se ele quisesse agredir, tinha agredido. Encostou-se a mim. Teve tudo para me agredir. Queria-me agredir quando estava no outro camarote. E se veio ao meu camarote era para me agredir. Eu nem sabia quem era. Vi só uma pessoa ameaçadora, a chamar-me de boneco e cobarde, enquanto ninguém falou com ele", lembrou.
"Depois vieram os responsáveis da Next, chamaram a polícia e quiseram que eu participasse. Eu disse que por mim passava tudo e que estou a marimbar. Depois no momento do golo, veio uma descarga... Como se eu tivesse culpa de alguma coisa. O Rúben Amorim a dizer que o Hugo fez muito mais que eu pelo clube. Cuspiram no prato que comeram. Estragaram tudo. Tenho pena de ver dois jovens com estes comportamentos e atitudes", lamentou António Caldas.
O antigo técnico do clube minhoto termina mostrando mais uma vez a estupefação com a atitude do diretor desportivo leonino. "O Hugo ter o despejo de vir ao camarote, entrar e tirar satisfações comigo e chamar-me cobarde e boneco do outro lado, quando ele sabia com quem estava a falar? Ele não estava a falar com um adepto. Ele é um responsável. É essa a minha grande desilusão. Isto foi tudo antes do intervalo e no intervalo. A invasão foi no intervalo. Ele disse-me: 'ó cobarde, vou ver se ao intervalo tens coragem de vir aqui ter comigo'. E como eu não fui ter com ele, fiquei no meu lugar, veio ele ter comigo", acusou, explicando que não recebeu nenhum pedido de desculpas, nem espera que ele surja. "Não preciso disso", justificou.