Hugo Oliveira, treinador do Famalicão, projetou a visita ao Bessa e enquadrou-a no atual momento do clube minhoto
Corpo do artigo
Um jogo importante para impedir que quem vem atrás se aproxime, como antecipa este jogo com o Boavista?
“Vai ser dificil, pois vamos jogar contra um adversário que está a passar por um momento complicado, mas que nunca vira a cara à luta, tem uma forma de estar muito aguerrida e lutadora, que é parte da personalidade do próprio clube e da sua história. O nosso foco é em nós e naquilo que temos de fazer. Este é o jogo mais importante, porque é o próximo, e queremos uma vitória não só para nós mas também para aos adeptos, e sabemos o que temos de fazer para a conseguir. É verdade que não temos vindo a conseguir vencer, mas temos de olhar para o próximo jogo como uma grande oportunidade para ganhar, cimentar o processo e ganhar mais confiança para o futuro”.
O que falta fazer mais para voltar a vencer?
“Temos de ser uma equipa mais dinâmica e mais objetiva nos momentos em que encontramos espaço para ferir o adversário. É óbvio que as maiores dificuldades que temos encontrado têm sido em casa, com equipas que chegam e se fecham muito, quase sempre com uma linha de cinco, já quando temos jogado fora, tivemos um jogo extremamente difícil, com o Benfica, no Estádio da Luz, mas nos outros dois jogos, quer no Casa Pia, quer no Braga, demos respostas positivas, e a verdade é que se a justiça tivesse de ser séria e objetiva a vitória teria caído para o nosso lado. E é com esse pensamento que vamos ao Estádio do Bessa, com o objetivo de sair de lá com a vitória, obviamente com uma forma de estar mais objetiva e uma capacidade de luta grande. Vamos jogar com uma equipa que nunca desiste, que faz de cada duelo o mais importante do momento e que apesar das dificuldades resiste, luta e acredita muito no futuro.
A equipa nem sempre consegue criar a instabilidade necessária para ferir o adversário.
“Essa falta de objetividade e dinamismo ofensivo, que não agride e não causa impacto no adversário, surge principalmente em casa por algum desconforto emocional. Temos de ser realistas, o momento não é positivo, já não ganhámos há algum tempo, estes jogadores querem muito ganhar, mas nem sempre temos tido discernimento emocional para pôr a ideia de jogo em andamento com liberdade, paixão, objetividade e com a confiança que depois faz o talento tomar melhores decisões. E isso tem-nos castrado, porque temos encontrado pouco espaço e sentimos mais dificuldades, ficamos mais tensos e acabamos por tomar piores decisões. Principalmente nas primeiras partes enquanto o adversário está com mais energia e acumula mais gente à frente da bola, temos dificuldades em encontrar caminhos. Nas segundas partes, já com as equipas mais desgastados e dificuldades em cobrir o espaço, conseguimos criar mais e somos mais capazes de criar esse último momento. Mas nem sempre temos tido discernimento, segurança e a objetividade para finalizar as ações. Vamos defrontar uma equipa que luta muito, mas nós também temos de olhar para o processo e para as coisas boas. No último jogo conseguimos, pela primeira vez, em oito partidas, manter a nossa baliza a zeros. Isso é importante para o processo e traz equilíbrio, e esse equlíbrio vai dar segurança para depois estarmos mais capazes de atacar. Parte do receio em casa é o medo do adversário contra-atacar, de nos agredir, demos passos no sentido de ter o jogo contrioado, mas, depois, temos de ter a liberdade para fazer mossa no adversário. No Bessa vai ser um jogo muito duro, emotivo, mas esperamos acabar com uma emoção positiva, a vitória”.
Os clubes vivem de resultados, face à insatisfação dos adeptos sente que este pode ser um jogo decisivo.
“O próximo jogo é sempre o mais importante na vida de qualquer clube. O futebol de alto rendimento vive de resultados e esta equipa e este clube caminham para ganhar, não tenho a mínima dúvida de que vamos acabar por ganhar e conseguir os nossos objetivos. O clube está unido, sabe para onde quer ir, toma decisões em conjunto e este grupo de trabalho, com a administração e o treinador, sabe qual é o caminhoe o caminho é o da vitória, que vai chegar”.
Que mensagem tem passado ao grupo peranta esta ausência de vitórias?
“Ninguém quer ganhar mais do que todos os que trabalham aqui no dia a dia, quer jogadores, staff técnico e administração, pois são pessoas que trabalham muito para criar um contexto que permita ganhar. É verdade que não o temos conseguido e trabalhamos para fazer melhor, mas temos de ter mais confiança e tranquilidade para sentirem mais segurança no momento da decisão. É isso que temos transmitido aos jogadores, para que sintam que têm talento e que o caminho e em conjunto vai trazer a vitória. Uma vitória fruto do trabalho e não caída do céu, de acreditar que há jogos mais fáceis ou mais difíceis. Este vai ser um jogo muito difícil.