Hugo Oliveira: "O ponto mais forte do FC Porto pode também vir a ser o mais frágil"

Hugo Oliveira
Miguel Pereira
Declarações de Hugo Oliveira, treinador do Famalicão, após a derrota por 1-0 na receção ao FC Porto, na 11.ª jornada da I Liga
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Análise: "São estes jogos, esta competitividade e este nível de dificuldade que vai fazer crescer esta equipa e estes jogadores. Jogámos com o onze mais baixo penso dos últimos anos do clube. Importante que tenhamos respostas para as dificuldades que os oponentes nos metem. Uma equipa extremamente forte, que veio jogar de uma forma agressiva logo desde o início do jogo e que percebeu rapidamente que teria de nos fechar com o facto de não termos um pé esquerdo a defesa central. Inclinou-nos o jogo mais para aí para nos apertar nesse sentido, para nos apertar o [Gonçalo] Sá e o Mathias [de Amorim] que são pontos de ligação que temos. Nestes jogos, quando recuperamos e começamos a ligar o jogo e conseguimos sair da primeira sessão, a tomada de decisão para fazer o último passe e para tirar da pressão e ir ao lado contrário são os momentos decisivos. Na primeira parte não estivemos tão bem como normalmente estamos nesses momentos do jogo. Poderíamos ter feito golo na primeira parte, com remate do Zabiri ao poste. Conseguimos no intervalo corrigir, viemos mais próximos do que somos na segunda parte. Na última decisão faltou-nos paz, respirar para decidir melhor. É normal, com estes jovens jogadores que têm de crescer perante estas dificuldades. Queremos mais, queríamos sair com outro resultado. Lutaram, fomos competitivos, satisfeitos com o trabalho da equipa, é mais um passo no nosso desenvolvimento."
Ponto forte do FC Porto: "É um jogo de emoções. Tínhamos falado um pouco dentro da equipa, é a minha sensação, de uma forma muito honesta, acho que o ponto mais forte do FC Porto este ano pode também vir a ser o ponto mais frágil, que tem a ver com a emoção e paixão que mete no jogo, e com a intensidade que mete na pressão e em todas as ações. Sabíamos que o FC Porto ia saltar, pressionar, querer roubar, apanhar-nos as costas nas ligações, e nesses momentos teríamos de ter a a paz, a pausa, para parar, respirar, para tirar o jogo da pressão e levar para outros momentos com mais espaço. Mas para isso era preciso ter a serenidade para decidir e sair do primeiro jogador. Alguns jogadores que existe expectativas quanto às carreiras, que querem ter performance nestes grandes jogos, querem aparecer e a ansiedade e a emoção podem trair em algum momento. Temos de passar por estes momentos, enquanto clube, para crescermos, para que os jogadores cresçam. Nós enquanto equipa estamos a fazer o nosso trajeto de forma extremamente positiva e estes jogos vão ajudar-nos a crescer e sermos mais fortes."
Zabiri lançado: "O Zabiri, o Ba, o Mathias, o Pedro Bondo, o Léo, deixam-nos extremamente orgulhosos com o talento e possibilidades que têm. Depois isto é um jogo de intenções e possibilidades. Os jogadores têm possibilidades e nós trabalhamos com intenções boas no seu desenvolvimento. O Zabiri sabíamos o que ele era enquanto jogador. No ano passado fez golos na liga portuguesa. Agora vai ganhando o seu espaço na equipa, com as suas características. Fez ligações e movimentos que queremos que faça. Mais um para crescer, mas não deixar de olhar para os outros todos. Temos de ter a capacidade de ter a paz para depois decidir, perante um adversário que luta para ser campeão, com misto de juventude e muitos jogadores super experientes, aliado a uma equipa técnica que trabalha esta forma de pressionar forte. Sabiam que tinham de fechar as nossas ligações. Hoje também queríamos. Temos de crescer."
