Membro do Conselho Fiscal da FPF anunciou demissão esta tarde
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Horácio Piriquito, membro do Conselho Fiscal da FPF, anunciou demissão esta tarde. Recorrendo à rede social Facebook, explica a decisão tomada depois da revelação desta quarta-feira, segundo a qual Pedro Guerra recebeu, durante meses, documentos internos da Federação Portuguesa de Futebol, documentos relacionados com auditorias trimestrais e que não eram de divulgação pública. "Pedro Guerra tem um 'espião' na Federação", colocou em título a "Sábado" na notícia publicada no site, que refere Horácio Piriquito, gestor e membro do Conselho Fiscal da FPF, como a pessoa que passou a informação.
Perante a notícia, Horácio Piriquito apresentou a demissão do cargo de vogal do Conselho Fiscal da FPF, decisão que explicou num longo texto. "Tomei esta decisão, repito, não porque considere ter praticado algum ilícito, mas porque é esta a forma de melhor defender o prestígio e o bom nome da instituição [FPF} em causa. Para defesa do meu bom nome, honra e imagem, irei recorrer às instâncias judiciais para reposição cabal da verdade, tendo em conta os factos que me são imputados", pode ler-se na página pessoal que possui na rede social Facebook.
Antes de anunciar o pedido de demissão, Piriquito fez ainda questão de esclarecer alguns pontos, a começar pela, sua relação com Pedro Guerra. "Sou amigo do Pedro Guerra há mais de 20 anos e fomos colegas aquando dos tempos em que fui jornalista. Trocamos regularmente emails, por amizade ou na sequência das minhas participações ocasionais em painéis de debate na BTV, ou do Pedro nos canais em que colabora", lê-se.
Referindo que, na sua opinião, "estas notícias enquadram-se claramente no actual registo de guerra aberta no futebol português, em que vale tudo, em que se tenta espalhar o ódio e o medo, e pretendem criar ruído e fazer vítimas", o até hoje vogal do Conselho Fiscal da FPF insistiu na explicação da sua relação com Pedro Guerra. " Pedro Guerra sempre me pediu ajuda sobre informação financeira numa troca normal de informações e esclarecimentos, verbalmente ou por email, o que fiz sempre com todo o gosto. No caso da FPF até para evitar especulações e na defesa da própria instituição. Isto fez, aliás, de Pedro Guerra um defensor enérgico da actual direcção da FPF", lê-se.
Horácio Piriquito não deixa, também, de expressar a opinião sobre as revelações dos emails, garantindo que nada do que partilhou com Pedro Guerra constituía segredo. "O acesso criminoso a conversas privadas permite estes abusos, truncá-las, ajustá-las aos interesses de cada um. Foram utilizados factos e dados disponíveis em qualquer documento público da FPF. Nenhuma informação confidencial foi passada para a praça pública".