Dirigente do Lecce revela que nunca pensaram transferir o médio. Pantaleo Corvino, homem forte do emblema italiano, diz mesmo que foram transacionados esta época jogadores da mesma posição, sem o talento do dinamarquês, por valores superiores.
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Morten Hjulmand tinha contrato com o Lecce por mais uma temporada, mas não resistiu ao apelo do Sporting e pediu ao clube para libertá-lo, obviamente com a devida compensação financeira. Como é sabido Lecce e Sporting chegaram há dias a uma plataforma de entendimento para a transferência do médio defensivo, a troco de 18 milhões de euros e mais dois em variáveis, mas esta está ainda presa pelo acordo entre o jogador e o Sporting, sendo certo que aos 24 anos Hjulmand pretende fazer um grande contrato.
Pantaleo Corvino, diretor técnico dos italianos, disse ontem em conferência de imprensa que não era intenção do clube vender o jogador. O dirigente vai mais longe e admite que o médio sai abaixo do valor real e o clube só cedeu porque foi sensível ao pedido do capitão. "Como sabem, negociámos com o Sporting e acertámos a transferência do Morten [Hjulmand]. Depois disso, o jogador foi autorizado a negociar com o clube português, algo que leva o seu tempo. Espero que aproveite esta oportunidade porque pode não surgir outra igual. Torcemos para que em breve tudo esteja resolvido", sublinhou.
Corvino explicou ainda que conhece há muitos anos o médio dinamarquês e que este chegou ao clube italiano pela sua mão e não através de empresários.
"Ninguém me trouxe o Morten [Hjulmand, em 2021], nenhum agente. Fui eu que entrei em contacto quer com o seu agente quer com o Admira [ex-clube, da Áustria], para o trazer. Mostrou-nos o seu valor durante dois anos e agora quis partir para outras etapas, explicou-nos sempre isso de forma educada. Não o colocámos no mercado, foi ele, como capitão de equipa, que nos informou sobre o que queria e nós dissemos-lhe que havendo uma boa oportunidade, não seria intransferível."
Corvino revela ainda o sentimento geral dos dirigentes do Lecce, reafirmando que o jogador foi barato para valor que tem. Aliás, não se coíbe de compará-lo com outros jogadores que atuam na mesma posição. "Não o negociámos pelo preço que achamos que ele vale, mas fizemo-lo para satisfazer o seu pedido. Não definimos o preço a pensar naquilo que o jogador poderia valer, porque até acho que o acordo foi alcançado abaixo do seu valor real. Fizemos as coisas dessa forma porque era a sua vontade. Se olharem para jogadores da mesma posição, que não valem tanto como o Hjulmand, percebem: avaliam o Fazzini [jogador do Empoli pretendido pela Lázio] em 20 milhões e o Frattesi [ex-Sassuolo] rumou ao Inter por empréstimo, mas com uma opção de 35 milhões", atirou o responsável.
Salários atrasam oficialização
No passado sábado, em Milão, Hugo Viana, diretor-desportivo do Sporting, sentou-se à mesa com Hjulmand e o empresário deste, Marko Benes. Um encontro onde o responsável dos leões apresentou uma proposta ao futebolista para um contrato válido por cinco anos. Contudo, os salários apresentados a Hjulmand não foram suficientes para convencer o dinamarquês a dar imediatamente o sim. As negociações têm prosseguido desde então e do lado da SAD leonina há a convicção de que o acordo final estará para breve.