Henrique Calisto formaliza candidatura à presidência da ANTF e apresenta as ideias
Henrique Calisto formalizou, esta quinta-feira, a candidatura aos órgãos sociais da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF) e concorrerá como Lista A. A sua campanha eleitoral seguirá várias frentes, a principal a formação de treinadores nos níveis mais profissionalizantes.
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Propósito: "É uma candidatura muito abrangente, englobando as várias partes do país, também as ilhas, um representante da Madeira, a representação dos núcleos. Temos cinco núcleos em funcionamento, estão todos representados na nossa lista. Obviamente que as mulheres também têm que ter assento nisto, porque é uma modalidade em franca afirmação e, portanto, tem que ter lugar. Também temos representantes pela primeira vez do futebol de praia, do futebol feminino e também do futsal. Nós candidatamo-nos pelos treinadores e pela Associação Nacional de Treinadores. Pelos treinadores porque os desafios que se apresentam no presente e no futuro são enormes. Há a continuação da afirmação do treinador português como o melhor entre os melhores no mundo e por isso carece de uma contínua afirmação, que se faz pela formação e temos um problema em termos de formação."
Formação de treinadores: "A formação neste momento não dá resposta à procura, nomeadamente ao nível 3. Temos muitos treinadores no estrangeiro que necessitam de nível 3 e nível 4 para se afirmarem, é um dos nossos grandes eixos de intervenção. A formação faz-se pela acessibilidade aos níveis, diminuição dos custos, reformulação de conteúdos, formação de formadores porque se acelerarem os cursos vai haver necessidade de termos formadores capazes de administrarem esses cursos. Só para lhes dar um panorama, não sei se sabem, neste momento os cursos de primeiro e segundo nível são feitos pelas Associações, sempre em colaboração com a ANTF, não há problemas em relação a isso, os problemas residem depois no terceiro nível, que neste momento estão a funcionar 3 cursos, neste momento estão a funcionar 2 e em maio começará um de cariz intensivo, isto não dá resposta à procura. O presidente da Federação Portuguesa de Futebol já afirmou que para o ano vai haver 5, mesmo assim achamos que será insuficiente e há uma convenção de treinadores da UEFA em que determina que os cursos de quarto nível, UEFA Pro, tanto que dá acesso a treinarmos no estrangeiro, primeiras divisões, seleções, é de 1 curso de dois em dois anos."
Cooperação: "Em cooperação sempre com a Federação Portuguesa de Futebol para que haja um período transitório onde haja mais curso do UEFA Pro para dar resposta às necessidades que os treinadores portugueses têm. E essa necessidade advém do êxito que os treinadores portugueses têm em todas as partes do mundo e a requisição de treinadores portugueses para ministrar, para assumir liderança nas equipas África, Ásia, Europa, Américas, no Brasil neste momento há uma requisição muito grande de treinadores, muitos deles não têm essas qualificações e é necessário darmos respostas. Essa é uma das grandes apostas. Como sabem, há problemas também em relação aos créditos, nós somos a única profissão que tem que ser acreditada a dois níveis, pelo IPDJ e também pela UEFA que necessita também de termos créditos para validar a nossa célula profissional. Também temos problemas em relação ao apoio que a Associação tem que dar aos treinadores nos novos desafios, nomeadamente sermos muito mais proativos na defesa do apoio jurídico, à saúde mental e comportamental e da liderança dos treinadores, termos uma revista científica para dar apoio em relação às novas metodologias e pedagogias que aparecem de uma forma contínua. O futebol hoje é estudado e nós somos um dos países que faz mais 'papers' científicos em relação ao futebol. Temos que incitar colaborações com as universidades porque não podemos andar de costas voltadas."
Estatutos: "A renovação dos nossos estatutos. Temos que alterar os nossos estatutos, ter uma intervenção na formação e na valorização do treinador português no estrangeiro. Essas são as grandes áreas que nós vamos tentar pugnar para termos um serviço mais atual, mais dinâmico, mais direto com os nossos treinadores. Os desafios são enormes. Se comparar o que se fazia nos anos 80 e o que se faz em 2025, obviamente que é uma transformação radical. Uma coisa importante que eu queria aqui realçar é um agradecimento muito sentido de todos nós, de todos nós que fazemos esta lista, ao anterior presidente, atual presidente que vai cessar o seu mandato em maio, pelo trabalho extraordinário que fez. A Associação Nacional de Treinadores e eu que sou um dos fundadores, temos um percurso de afirmação que se reflete no número de sócios. Temos mais ou menos à volta de nove mil sócios, num horizonte de 27 mil treinadores portugueses. Há 27 mil treinadores com o nível 1, 2, 3 ou 4 que estão habilitados a ter uma prática na orientação das equipas. Nós já conquistamos 9 mil para o nosso seio, o nosso objetivo é tentar cada vez mais chamar os treinadores para que se juntem na Associação Nacional de Treinadores que é a casa do treinador. Nós somos uma associação sindical, de cariz sindical, mas obviamente somos uma associação que pretende colaborar para que o futebol se afirme. O futebol é de facto hoje um fenómeno transversal em todo o mundo, em todas as classes."
Escalões secundários: "É uma das nossas grandes preocupações é a defesa dos treinadores dos escalões secundários. Quando falo dos escalões secundários é dos não-profissionais e também da formação. Há hoje um panorama que não é muito favorável em termos laborais, havendo conflitos laborais. Estes treinadores não estão protegidos, o regime jurídico que define toda esta situação é o regime jurídico do praticante desportivo, do intermediário e da formação e não está contemplado o treinador. Portanto, nós temos que ter, quando se fala muito em futebol, fala sempre do futebol da I Liga, da II Liga, mas nós somos uma associação de todos os treinadores e aqueles que estão menos protegidos são obviamente estes treinadores da formação e a formação também temos que pugnar para que se afirme de uma forma clara porque eles têm um papel fundamental na sociedade onde nós estamos. Uma sociedade em que os jovens cada vez estão mais isolados, não têm competências sociais e é pela prática do desporto coletivo que eles podem adquirir essas competências sociais de partilha, de viver em grupo, de estar no grupo, de cumprir horários, de respeitar o adversário, respeitar-se a si próprio. É um fenómeno cada vez mais importante numa sociedade que cada vez é mais isolacionista, nomeadamente nos jovens e, portanto, esse papel muitas vezes é secundarizado. Nós não queremos ser a associação dos treinadores profissionais, não foi criada esta associação para isso porque somos pares, interpares."
Eis a composição da Lista A aos órgãos sociais da ANTF para o triénio 2025/2028:
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
Presidente – Manuel Gonçalves Gomes (Neca)
Vice-presidente – José Rachão
1º Secretário – Vítor Pereira
2º Secretário – Pedro Ferreira
DIREÇÃO
Presidente – Henrique Manuel da Silva Calisto
Vice-presidente – Alfredina Maria Seabra da Silva
Vice-presidente – António Miguel Nunes Ferraz Leal de Araújo
Vice-presidente – António Alves Cardoso
Vice-presidente – Bruno Filipe Rama Travassos
Vice-presidente – Bruno Miguel Damas Soares Dias
Vice-presidente – Bruno Miguel Magalhães da Silva Torres
Vice-presidente – Carlos Alberto Martinho Ribeiro
Vice-presidente – Cláudio Oliveira da Saúde
Vice-presidente – João Manuel Fernandes de Sousa Dias
Vice-presidente – João Tralhão
Vice-presidente – José Carlos Afonso
Vice-presidente – Pedro Miguel Silva Oliveira
Vice-presidente – Ricardo José Vaz Alves Monteiro (Tarantini)
Vice-presidente – Rui Manuel Pinto Reis Quinta
CONSELHO FISCAL
Presidente – Victor Manuel de Oliveira Maçãs
Vice-presidente – Nuno Filipe Esteves Barata Salgado e Silva
1.º secretário – Marisa Gomes
2.º secretário – Miguel Santos
Relator – Bruno Silva
CONSELHO CONSULTIVO
Lista a divulgar oportunamente