Avançado egípcio foi um dos heróis da final da Taça de Portugal em 2015/16, ganha contra o FC Porto. Fez uma assistência e marcou um penálti; Apesar de ainda ter contrato com o Olympiacos, Hassan garante que vai estar no Jamor a apoiar o Braga. Espera que Abel Ruiz e Banza marquem numa final que, garante, vai parar Portugal.
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Hassan inscreveu o seu nome a letras de ouro na história do Braga, clube que representou durante quatro temporadas. E foi precisamente na primeira época que ajudou a equipa a vencer a Taça de Portugal, em 2015/16. Nessa campanha, marcou 14 golos em 44 jogos, tendo sido titular na final realizada no Jamor, contra o FC Porto. Foi dele a assistência para o primeiro golo, marcado por Rui Fonte, num jogo que terminou com um empate (2-2) nos 90 minutos. E como o vencedor não foi encontrado no prolongamento, houve recurso às grandes penalidades. O agora atacante do Olympiacos contribuiu decisivamente ao concretizar o antepenúltimo penálti, que antecedeu a festa bracarense.
Em entrevista a O JOGO, Hassan recordou com alegria e orgulho a conquista da Taça de Portugal pelo Braga, um clube que guarda no coração. Aproveitando o facto de estar em Portugal a recuperar de uma lesão que sofreu ao serviço dos turcos do Alanyaspor e que levou, inclusive, à desvinculação antecipada do contrato, o avançado aproveitou para se deslocar a Braga no último sábado com o objetivo de assistir ao jogo contra o Paços de Ferreira, uma ocasião para rever os amigos que deixou no clube.
Vai assistir à final da Taça de Portugal?
-Sim, vou ao Jamor apoiar o Braga. Não podia ir lá apoiar o FC Porto (risos).
Perspetivas para a final?
-Vai ser uma final muito difícil, entre duas equipas que querem muito ganhar. Tanto o Braga como o FC Porto têm jogadores com muita qualidade. Acredito que vai ser uma final muito divertida para todos os adeptos. Portugal vai parar para ver este jogo. Felizmente, já tive a oportunidade de disputar uma final da Taça de Portugal, contra o FC Porto. O Braga encontra o mesmo adversário de 2015/16 e até parece que a história está a repetir-se. Espero que agora aconteça como aconteceu comigo e que o Braga volte a ser feliz e ganhe a Taça de Portugal.
Está confiante?
-Estou confiante, mas sei que não vai ser nada fácil, porque o FC Porto é um clube de topo e conhecido em toda a Europa. As duas equipas têm jogadores com muita qualidade e isso viu-se no campeonato, tanto assim é que o Benfica não teve vida fácil para ser campeão. Por isso, é que o título foi disputado até à última jornada. Vai ser um jogo difícil para ambos.
Como avançado, como analisa o desempenho de Abel Ruiz e Banza?
-Os dois estão a fazer uma boa época e têm muita qualidade. É difícil escolher um dos dois. É difícil para o treinador decidir quem deve jogar, mas isso é bom para a equipa e para o clube. Gosto de ver os dois a jogar e espero que possam marcar e ajudar o Braga a vencer a Taça de Portugal.
Sente saudades da passagem pelo Braga?
-Sim, sim, como é óbvio. Tenho muitas saudades. Aliás, fui ao estádio ver o jogo contra o Paços de Ferreira, porque tinha saudades do pessoal, dos adeptos, dos jogadores e dos companheiros que deixei no clube. Infelizmente, não vi o presidente António Salvador, porque ele estava na final da Taça de Portugal de futebol feminino. Tenho uma relação especial com todas as pessoas do Braga.
Que recordações tem dessa final da Taça de Portugal de 2015/16?
-Lembro-me que entrámos no jogo com tudo. Tínhamos uma grande equipa e um grande treinador, o Paulo Fonseca, um dos três ou quatro melhores que tive na carreira. Gosto muito dele e admiro-o. Ele deu tudo durante a época para que estivéssemos bem e mostrássemos o nosso valor. Disse para entrarmos na final para ganhar. Estivemos até a vencer 2-0, mas depois o FC Porto empatou. As pessoas ficaram com receio, porque na época anterior o Braga esteve a ganhar e o Sporting deu a volta ao resultado e ganhou a taça. Na nossa cabeça só pensávamos ganhar o jogo. Fomos para os penáltis e todos batemos com tudo. O Marafona também deu uma grande ajuda e defendeu dois penáltis. Foi um dia inesquecível.
O que sentiu quando foi marcar o penálti?
-Estava ansioso, nervoso, a sentir alguma coisa na barriga (risos). Nós só pensávamos numa coisa: quem fosse bater o penálti, tinha de escolher um lado, bater forte e seja o que Deus quiser. Às vezes, os jogadores esperam até à última para ver se o guarda-redes decide para que lado cai, mas nenhum de nós pensou assim, tínhamos de escolher o lado e bater forte.
Nessa final estava fisicamente desgastado...
-Sim, sim. Depois de um jogo de 120 minutos... Foi o jogo que mais corri na vida. Não sei ao certo, mas devem ter sido uns 14 quilómetros. Nesse jogo corremos muito, mesmo os jogadores do FC Porto. Foi um jogo de enorme luta e sacrifício de todos nós. Fomos felizes e voltámos a casa com a taça.
"Gostava de voltar mas sei que é difícil"
Apesar de ainda ter mais um ano de contrato com o Olympiacos, Hassan não recusaria voltar a representar o Braga. "Claro que gostava. Quem foi feliz numa casa tem sempre este sentimento. Nunca se sabe o que vai acontecer no futuro, mas claro que gostava de voltar, porque gosto muito do clube. Como eu sempre digo, uma vez guerreiro, para sempre guerreiro. Sou adepto do Braga e irei continuar sempre a apoiar o clube", declarou a O JOGO, admitindo, contudo, que sabe que "é difícil voltar por causa dos salários", além de que tem ainda contrato com o Olympiacos, um clube pelo qual tem "um enorme respeito".