Extremo do Braga foi o jogador de fevereiro da Liga 3, acendendo a chama do craque que bateu recordes em 2021/22.
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Roger foi decisivo em fevereiro a empurrar o Braga B para a discussão de uma subida e regresso à II Liga.
Como viu este acesso do Braga B à discussão da subida e o seu papel?
-Evoluí muito bem durante o campeonato. Os primeiros tempos foram difíceis para nós, mas com o avançar da prova fomos entendendo melhor o jogo, aprendendo a jogar mais em equipa. O espírito de grupo foi-se reforçando. Até ao último jogo acreditámos que era possível atingir os objetivos. Individualmente estive bem, em constante evolução, tal como a equipa. Fomos todos em busca do que queríamos. Queremos subir mas nada é fácil, o nosso trabalho é saber enfrentar dificuldades que fazem parte do crescimento.
Essa ultrapassagem ao Varzim foi emotiva?
-Foi o culminar de muitas emoções, conseguimos festejar... Uma grande festa entre todos. Era assim que tinha de acabar! Merecemos pela luta diária e pelo acreditar.
Como foi essa gestão de expectativas, ao ver-se na equipa B, lembrando todo o protagonismo de 21/22?
-Foi uma época onde aconteceu muita coisa, passei a ver o meu nome em todo o lado. Jogar pela equipa B não fazia diferença, tenho noção de quantos miúdos em África gostariam de estar na minha posição. Como qualquer um gostaria de estar na equipa A, mas há limites de jogadores. Tenho de entender a idade que tenho e nunca me deixei levar por essas ilusões. Para mim o mais importante era estar com pessoas que me ajudassem a evoluir e no Braga não faltam, como tem sido o caso do míster Custódio. Não foi difícil lidar com uma nova realidade, as expectativas foram evoluindo de treino para treino e de jogo para jogo.
Nunca abanou a confiança?
-Nunca mudei a minha forma de ser desde que cheguei aos sub-13 ou sub-14. Fui sempre a mesma pessoa, focada em treinar e jogar para poder mostrar a qualidade. Vejo-me num processo muito natural, aos 17 anos preciso de jogar, seja em que equipa for. Se fosse o caso até pedia para descer e jogar, essa é a forma de evoluir. Tenho tempo para chegar ao topo. Devo ouvir e ser paciente, nada é fácil para um jogador.
A febre do mercado e a alegada cobiça de alguns clubes mexeu consigo?
-Se não trabalhasse bem, ninguém falaria bem de mim. Não vejo os jornais, vou vendo algo nas redes sociais e é motivo de orgulho. Quando estava na Guiné não aparecia nada do Roger nos jornais. Essas notícias motivam, mas o que mais privilegio é continuar a ser a mesma pessoa, levando a paixão [já avisou não ter plano B na vida] passo a passo, não deixando que nada me suba à cabeça. Posso controlar o que faço hoje, não o que me reserva o amanhã.
Como tem visto a época da equipa, acredita ainda poder fazer parte das escolhas?
-Trabalho todos os dias para chegar lá. Eles estão muito bem e não perdi qualquer contacto, estou regularmente com todos, sou acarinhado pelos colegas e treinadores. Vejo os jogos e estou sempre pendente, a qualquer momento posso estar lá eu. Quando surgir a oportunidade vou agarrá-la com unhas e dentes. E vai surgir!
Qual o impacto de todos os recordes que foi batendo na época passada?
-Foi um orgulho, sabendo de onde vim. Nunca tivera esperanças de conhecer um estádio assim e uma academia tão evoluída. É muito diferente, de repente, passar da rua para um clube como o Braga. Acabei por ficar com o nome marcado numa das melhores ligas do mundo.
Pensa que o Carvalhal ainda o segue muito?
-Foi muito especial, colocou-me na equipa principal e a jogar. Serei grato pelas oportunidades e por me ter permitido estar onde estou hoje. Agora não tenho contacto com ele mas, se calhar, está atento à minha evolução.Tenho aqui muita gente que se preocupa comigo.
Fala também do Artur Jorge, imagino?
-Sinto que está sempre perto. Já o conheço de antes e é alguém muito acarinhado por todos, é muito alegre. Ajudou-me ao mostrar-me certas coisas, explicar-me o processo. Adaptei-me rápido à equipa B por isso, percebi que conta comigo, queria apenas que jogasse e evoluísse.
Que sonhos maiores pode partilhar?
- Jogar a Champions e um Mundial, sem dúvida. Chegar à Liga dos Campeões com o Braga seria ouro, uma das melhores coisas da minha vida.
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