Quase 20 anos depois, com várias passagens pelo estrangeiro, Jaime Simões voltou à terra natal e pensa no adeus com as cores do União de Santarém
Corpo do artigo
Jaime Simões foi um dos reforços de peso garantidos pelo União de Santarém esta época, fruto do vasto currículo onde constam participações na I Liga, pelo Beira-Mar, e nas competições europeias, em clubes de três países. No Chipre (Apollon Limassol) teve a melhor experiência “ao ganhar a Taça, com o Pedro Emanuel, e ao terminar o campeonato no terceiro lugar”. Na Roménia (Cluj) teve a pior, “com dificuldades financeiras” que o fizeram “rescindir o contrato de três anos ao fim de dois meses”, conta a O JOGO.
Passados quase 20 anos, o central, que iniciou a carreira na Associação Académica de Santarém, regressou à terra natal para representar o clube rival da cidade. “Na época passada estava no Luxemburgo [Swift Hesperange] e correu bem, com Europa, o que é sempre diferente. Financeiramente compensou, mas como fui sozinho, quando acabou o contrato decidi voltar a Portugal para junto da família, que é o mais importante”, recorda, explicando que “a subida da União de Santarém à Liga 3 pela secretaria foi ouro sobre azul, porque voltei à cidade onde cresci. Agora, a ideia passa por cimentar o clube no terceiro escalão e tentar chegar aos patamares profissionais”.
Com ideias claras, Simões quer “terminar a carreira” na União de Santarém, não tendo ainda definido se tal acontecerá “no final desta época”. “No fim, vamos conversar e ver o que é melhor para todos”, revela, assumindo que aos 35 anos ainda está em condições para ajudar a equipa. “Sinto-me com capacidade, embora este ano tenha sofrido alguns problemas físicos. Estive dois meses parado devido a uma lesão. A experiência ainda conta muito nesta competição, embora os miúdos sejam cada vez melhores. A Liga 3 tem muita malta com saúde nas pernas, mas tenho-me exibido a um bom nível”, avalia.
O percurso na Liga 3 merece “balanço positivo” do defesa. “É uma época muito positiva e temos uma base para construir coisas boas no futuro. Vencendo a última jornada da fase regular, estaríamos apurados para a subida, mas perdemos na Covilhã e ficámos a dois pontos do quarto lugar. O percurso continuou a ser bom, mesmo depois do mercado de inverno, no qual perdemos vários jogadores que saíram valorizados [Leandro, Brás, Figueiredo, Guedes, Gladilson e Bastia]”, salienta, frisando que o mais importante é a permanência. “Olhamos mais para a parte de baixo da tabela e em fugir de lá do que para o primeiro lugar. Penso que com esta sequência [duas vitórias e um empate], dentro de duas ou três jornadas estaremos tranquilos”, conclui.
Futuro será na empresa de transportes da família
O Beira-Mar e o Covilhã foram os clubes que mais marcaram Simões. “No Beira-Mar acabei a formação, subi a sénior, tornei-me profissional e cheguei à I Liga, enquanto no Covilhã senti-me em casa e criei amizades para a vida”, conta, apontando Jackson Martínez como o avançado mais difícil de travar. No futuro, o defesa vai trabalhar no negócio de família: “A minha mãe tem uma empresa de transportes e estou a integrar-me na parte comercial aos poucos.”