Numa temporada atípica, leões agarraram-se ao internacional sueco para atingir o objetivo. Trincão, Hjulmand, Geny Catamo, Eduardo Quaresma e Rui Silva foram também peças determinantes para o sucesso da equipa leonina no campeonato. O foco está, agora, na dobradinha, que não acontece desde 2001/02, ou seja, há 23 anos.
Corpo do artigo
O Sporting bicampeão tem uma cara: Viktor Gyokeres. Mesmo que não seja muito popular colocar os restantes jogadores do plantel num plano inferior, podemos arriscar e dizer que há um Sporting com o internacional sueco e outro sem. Gyokeres fez novamente a diferença com os seus 53 golos em 51 jogos e mais 13 assistências (39 golos no campeonato e o título de melhor marcador da liga... outra vez). O manual do camisola 9 teve vários capítulos, entre os quais e, provavelmente o mais importante, como “superar uma temporada com três treinadores e uma equipa inteira no hospital?”.
Gyokeres escolheu a via mais fácil para si e, com isso, agregou todo o grupo: com golos, muitos golos e fome de vitória. Lembram-se da máxima de Rúben Amorim? “Onde vai um vão todos”. O intratável sueco soube interpretá-la na perfeição, carregou a comitiva às costas, voltou a assumir todo o protagonismo sem receios, tornando-se vital para a vida dos leões. A equipa vacilou em alguns momentos, permitiu a aproximação do Benfica, mas o trunfo esteve sempre do lado verde e branco.
Marcou a todos os adversários no campeonato e ainda arranjou tempo para correr atrás da Bota de Ouro, onde tem uma concorrência de respeito (Mbappé, Real Madrid, e Salah, Liverpool).
Trincão, Hjulmand, Geny Catamo, Eduardo Quaresma e Rui Silva, todos por diferentes motivos também tiveram a sua importância (ver peças à parte) na conquista do 21.º título dos leões, mas nenhum deles, naturalmente, faz sombra ao goleador nórdico.
O Sporting iniciou a época 2024/25 com a perda de dois troféus, Supertaça, para o FC Porto, e Taça da Liga, para o Benfica, mas atingiu um feito maior: o bicampeonato 71 anos depois.
Viagem marcada para a Premier League
Gyokeres cumpriu a sua parte e agora espera que Frederico Varandas assuma o pacto que permitirá ao goleador dos leões abandonar o clube rumo à Premier League por um valor mais simpático, em torno dos 70 milhões de euros, em vez do valor da cláusula: 100 milhões e euros. Ainda ontem, Fabrizio Romano, especialista em mercado, voltou a escrever na sua conta oficial no X que o sueco deixará a Liga Betclic para se estrear na liga inglesa, em 2025/26, tudo indica, para o Arsenal, onde Mikel Arteta já terá dado o aval para a sua contratação.
Gyokeres, de resto, ficou mais um ano em Alvalade, tendo a promessa da SAD de que no final desta época deixaria o clube por um valor inferior à cláusula de rescisão. Os dias em Alvalade e Alcochete esgotam-se e a despedida está agendada para a final da Taça de Portugal, contra o Benfica, no Estádio do Jamor, no dia 25. Leões e águias voltam a medir forças por um troféu que a equipa de Alvalade não vence desde 2019. A dobradinha é agora o grande objetivo de Gyokeres e seus pares, algo que não se verifica desde 2001/02, portanto há 23 anos. Recorde-se que o Benfica não vence o Sporting há seis jogos e, no último confronto, não foi capaz de chegar à vitória, mesmo tendo alguma superioridade sobre o adversário, sobretudo na segunda parte.