O campeão europeu pelo FC Porto Costinha deixa a decisão nas mãos de Sérgio Conceição, mas, além da fiabilidade de Marko, salienta o "rigor posicional" de Otávio. Eustáquio tem de "soltar as amarras".
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O FC Porto espera poder contar com Uribe a tempo do clássico com o Sporting, no dia 21, mas, por agora, é certo que o médio estará fora de combate nos próximos dois jogos, fruto da rotura muscular que sofreu frente ao Santa Clara. Como tal, O JOGO quis perceber o que pode acrescentar cada uma das alternativas que Sérgio Conceição tem para suprir a ausência do colombiano e, para isso, consultou o antigo 6 dos dragões, Costinha.
"Estamos a falar de um jogador [Uribe] posicional e muito importante, mas esta lesão abre a porta para que outro possa dar o seu contributo: o Grujic, o Eustáquio ou o Otávio", afirma o antigo médio dos dragões, considerando que o sérvio "é quem mais se assemelha a Uribe".
"Mantém mais a posição e permite que o Otávio continue liberto em zonas mais ofensivas. Além disso, é muito bom na posse, contribui para uma excelente circulação de bola", vinca o agora treinador, sem descartar as outras duas hipóteses: recuar o internacional português no terreno ou apostar em Stephen Eustáquio, contratado ao Paços de Ferreira no mercado de janeiro. Mas vamos por partes.
Costinha insiste que manter Otávio na posição que habitualmente desempenha, mais à direita, assegura "as permutas posicionais e triangulações que o jogo curto com Vitinha, Pepê, Evanilson e Taremi proporciona". Porém, ressalva que o camisola 25 já baixou no terreno noutras ocasiões e com resultados positivos.
"Já o vi ao lado do Vitinha e a vantagem desse modelo é que junta dois jogadores de enorme qualidade técnica e poder de definição. A isso, o Otávio alia um rigor posicional muito elevado, agressividade e versatilidade. Diria que é um cenário possível", afiança o "Ministro", prosseguindo: "A verificar-se, a ala direita pode abrir-se para o Chico [Conceição], um jogador de que gosto particularmente, ou para a mudança de faixa do Pepê e entrada do Galeno, para explorar as costas da defesa adversária", detalha.
Eustáquio, por sua vez, não é afastado da equação do miolo por Costinha, mas o técnico admite algumas reservas. "Leva menos tempo de trabalho com os companheiros. Notei que ainda não está tão à vontade como estava no meio-campo do Paços, possivelmente por estar num clube onde a pressão é diferente. Nesta fase, há outros mais rotinados, mas não deixa de ser uma opção", refere o campeão europeu pelo FC Porto, que projeta maior protagonismo no futuro para o internacional canadiano, titular em apenas dois jogos dos dragões.
"O Eustáquio é esclarecido com bola, agressivo na procura da mesma e funciona como um bom tampão na primeira reação à perda. Gosta de assumir o risco e tem golo. Falta apenas libertar-se um bocadinho das amarras que aparenta ter. Está à procura do seu espaço. Quando o conseguir, tenho a certeza que será uma peça perfeitamente válida para o FC Porto", acrescenta.
Desafiado a lançar o nome do substituto de Uribe para Guimarães, Costinha passou a bola a Conceição, com quem partilhou os balneários de FC Porto e Seleção. "Só o Sérgio pode responder a essa pergunta. Mas há três opções que serão sempre garantia de qualidade", reforça.
A fechar, deixa uma certeza. "A seis jogos do fim do campeonato, não acredito que o FC Porto trema por não ter um jogador, mesmo sendo um dos mais importantes. Há outras armas no plantel", remata.
"Ministro" concorda com Sérgio: "O melhor é pensar jogo a jogo"
Na antevisão do jogo com o Santa Clara, Conceição alertou para os perigos de "olhar muito para a frente", referindo que, quando assim é, "há o risco de tropeçar".
Questionado sobre a importância do V. Guimarães-FC Porto para as contas do título, Costinha foi de encontro à visão do ex-colega de equipa. "Se vencer, dá mais um passo. Nesta reta final da época, como se tem visto, há muitas equipas que pouco têm a perder. Então, as saídas são sempre complicadas nesta altura. Depois de Guimarães, o FC Porto ainda tem de ir a Braga e à Luz, onde o Benfica, pela simples pressão de não querer perder perante um dos rivais, deverá proporcionar um jogo muito difícil. O melhor é pensar jogo a jogo, cada vitória é mais uma etapa superada. Cabe às equipas não se distraírem", assevera.