Em final de contrato, Grimaldo e Otamendi já são, a partir de hoje, donos do seu destino, dado que ficam livres em junho
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O início de 2023 traz, além de renovadas esperanças para o mundo em geral, também o agravar das preocupações dos clubes em relação a jogadores que lhes interessaria manter mas que dificilmente o conseguirão dado que acabaram de entrar nos últimos seis meses de contrato.
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No Benfica, e no que ao plantel principal diz respeito, há quatro casos que se enquadram nesta moldura: Grimaldo, Otamendi, Brooks e André Almeida. No entanto, apenas os dois primeiros causam real dor de cabeça a Rui Costa e à estrutura da SAD pois são peças essenciais na equipa de Roger Schmidt. Mas anteveem-se grandes dificuldades para tal, ainda para mais porque, à luz dos regulamentos internacionais, os dois atletas estão livres para, a partir de hoje, assinar por outro clube sem que este tenha de pagar algo às águias.
Tanto Grimaldo como Otamendi têm sentido a chamada do mercado e o facto de poderem deixar o Benfica a custo zero no final da época dificulta processos de renovação
"Claro que espero que assinem novos contratos e que continuem no clube. São jogadores chave para nós. Têm jogado ambos e têm feito uma época de alto nível, muito fiáveis, não só com um rendimento de topo, mas também no que diz respeito à atitude. São modelos para os mais jovens e claro que queremos mantê-los. O clube está a tratar disso", fez questão de vincar Roger Schmidt na quinta-feira passada, antes de os encarnados seguirem para a visita ao Braga. Palavras bastante esclarecedoras sobre a importância que Grimaldo e Otamendi, este agora com a coroa de campeão do mundo pela Argentina, têm na cabeça do alemão mas, também, para a SAD.
Tanto o espanhol como o argentino já podem assinar por qualquer clube sem que o Benfica receba algo. Águias ainda não desistiram de segurar dois dos atletas mais importantes da equipa de Roger Schmidt.
No caso de Otamendi, é visto como um líder e essencial para, aos 34 anos, dar à defesa a experiência que jogadores como António Silva ou Morato ainda não têm. No seu horizonte, o central tem um eventual regresso à Argentina, com o River Plate a deixar várias "piscadelas de olho". De Espanha há notícias do interesse de Sevilha e Atlético de Madrid, sendo que em Itália há também emblemas com Otamendi na lista de alvos.
Já a situação de Grimaldo é um pouco distinta. Com sete épocas e meia no Benfica e com 27 anos, o espanhol tem números impressionantes pelas águias: 277 jogos, 22 golos e 52 assistências. Sem rival pela posição de defesa-esquerdo desde 2017/18, quando tirou de vez o lugar a Eliseu, Grimaldo é uma das caras do plantel encarnado e, na Europa, vários clubes estão atentos a uma potencial contratação a "custo zero": Nápoles, Inter, Juventus, como revelou O JOGO, além de Dortmund, Arsenal e Chelsea, são alguns dos nomes que seguem o defesa.
São já 105 os jogos que Otamendi leva com a camisola do Benfica, muitos deles já como capitão de equipa. O central argentino, agora campeão do mundo, chegou à Luz em 2020 vindo do Manchester City
Nos últimos meses as águias tentaram segurar Grimaldo mas, até ao momento, não o conseguiram, adivinhando-se que, até por questões salariais, com o jogador a empurrar a fasquia para lá do que o Benfica pretende pagar, um acordo seja muito complicado.
Grimaldo e Otamendi arriscam-se assim a repetir o processo de Maxi Pereira, o último indiscutível no onze que saiu a custo zero, então numa mudança polémica para o FC Porto, no final de 2014/15 - nesse ano ainda saiu Artur Moraes, que dividiu a baliza com Júlio César. Svilar, também ele guardião, foi o último a sair livre, no final da última época, assinando pela Roma.
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André Almeida e Brooks são casos sem... caso
Também a terminar vínculo com as águias no final da época estão André Almeida e John Brooks, tendo ambos as portas da Luz abertas para sair, ainda que por motivos diferentes. No caso do lateral, agora com 32 anos, cumpre a 12.ª temporada de vermelho mas é claro que não conta para Roger Schmidt: não tem minutos oficiais em 2022/23, tendo apenas alinhado nos particulares frente ao Sevilha e Reading. Neste caso, os encarnados até equacionam uma saída do atleta já em janeiro, antecipando uma separação inevitável e poupando, com isso, nos salários do lateral.
Já o internacional norte-americano chegou esta época à Luz numa situação de necessidade dos encarnados, após a lesão de Morato e a saída de Vertonghen, e assinou apenas por um ano. Com o excesso de centrais no plantel e a fraca possibilidade de ser uma opção principal para Schmidt, Brooks também irá sair, no pior cenário, em junho.