Gonçalo Cruz sai do Barreirense com missão cumprida: "Seja com 40, 50, 60 ou 70 anos..."
O treinador, 30 anos, é o mais jovem a atingir a permanência no CdP e agora está à procura de novos desafios depois de ter sido campeão. A passagem pelos escalões jovens de clubes históricos fê-lo sonhar em ser treinador. Começou como adjunto nos sadinos, no Barreirense elevou o nome do clube.
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Há dois anos no Barreirense, sagrando-se campeão distrital no primeiro e garantindo a permanência no CdP no segundo, Gonçalo Cruz não vai continuar no clube, decisão tomada por mútuo acordo. Nesta época, cuja fase regular já terminou, o treinador, de 30 anos, foi o mais jovem a garantir a permanência neste escalão. “O significado especial é mais o de atingir um objetivo, independentemente da idade. É sempre esse o propósito de ser treinador, quer tenhamos 40, 50, 60 ou 70 anos, o foco está sempre em cumprir os objetivos que os clubes nos propõem”, assinalou Gonçalo Cruz a O JOGO, acrescentando que o Barreirense “conseguiu ser uma equipa extremamente competitiva, que honrou os pergaminhos do clube e com a qual os adeptos se identificaram”.
Em relação à mudança de escalão, comparando com o ano anterior, o treinador explicou que o clube se preparou para ter sucesso. “Houve mudanças, como subir um degrau competitivo, o que exige sempre um planeamento cuidado com o objetivo de maximizar o desempenho de todos. Sabíamos da instabilidade do clube neste campeonato, o que acaba por acontecer a muitos emblemas que conseguem a promoção e não se preparam para os ajustes necessários. Essa foi uma das nossas preocupações”.
Sobre o futuro, Gonçalo Cruz revela que “o ciclo no Barreirense terminou com os objetivos cumpridos” e que agora “aguarda por um projeto” que lhe permita “alcançar resultados”.
Natural de Setúbal, o técnico teve desde cedo o sonho de liderar uma equipa de futebol. “Fiz o processo de formação como jogador no V. Setúbal, Belenenses e Marítimo. Consegui estar junto dos melhores e adquirir experiência dentro de campo. Ainda jogava no Campeonato de Portugal quando recebi o primeiro convite para ser adjunto do Vitória de Setúbal [2015/16]. A partir daí a transição foi natural”, conta.
V. Setúbal “obrigado” a subir
Olhando para a fase de subida, que começou no domingo passado, Gonçalo Cruz apontou favoritos a subir à Liga 3. “Tive a oportunidade de ver o V. Setúbal, em casa. Têm uma massa adepta muito forte, a exigência e o peso da sua história, o que os obriga a subir de divisão. Estranharia se não conseguissem. A segunda vaga será para uma das três equipas [Moncarapachense, U. Santarém e Lusitânia] que menos claudicar. A norte, Amarante e S. João de Ver são as minhas apostas”, revelou o treinador nascido na cidade do Sado.