Belloumi, Fabrício Isidoro e Mattheus Oliveira são herdeiros de antigos craques vistos entre 1982 e 1998
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O recital do Farense sobre o Chaves (5-0) teve assinaturas honrosas, prestígio marcante nessa primeira vitória da equipa de José Mota no campeonato. A goleada teve a arte de Mohamed Belloumi no 3-0, de Fabrício Isidoro no 4-0 e ainda de Mattheus Oliveira no 5-0... Recortam-se estes golos de uma exibição coletivamente inspirada e avassaladora pela simples razão de nos remeterem para três figuras mundialistas, inspiradores para muitos jogadores e, seguramente, com uma influência desarmante nos caminhos escolhidos pelos filhos. Em dois deles estão logo cravados os apelidos de craque, mas também Mattheus Oliveira herdou carimbo genético de eleição. A magia está na chuteira e este Farense tem representantes de todos os Mundiais disputados entre 1982, em Espanha, e 1998, em França.
Lakhdar Belloumi foi estrela da Argélia em 1982 e 1986, Paulo Isidoro fazia parte do escrete de 1982 e Bebeto percorreu todos os Mundiais dos noventas. Filhos de craques unidos pelo golo em Faro.
Falando de Fabrício Isidoro, o todo-o-terreno do Farense, capitão dos algarvios, temos de recuar à carreira do pai, Paulo Isidoro, lenda do Atlético Mineiro e médio-ofensivo goleador e parte integrante do fantástico escrete do Espanha 1982, ao lado de Zico, Sócrates, Júnior, Falcão e Cerezo.
No Mundial de 1982 como grande estrela da Argélia também esteve Lakhdar Belloumi. Ele e Madjer foram os homens do sensacional triunfo dos magrebinos sobre a Alemanha (2-1). Mohamed Belloumi, extremo de técnica apurada, revelação deste início de época do Farense, pode guiar-se pelas luzes da ribalta ligadas pelo pai, que também jogou o Mundial de 1986.
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Já os Mundiais seguintes, de 1990, 1994 e 1998, foram todos jogados por Bebeto, inesquecível para os brasileiros pelo seu contributo na conquista do Mundial de 1994, formando uma dupla maravilhosa com Romário. Quatro anos volvidos, repetiu todo o trajeto até à final, mas na companhia de Ronaldo Fenómeno, vendo o Brasil cilindrado pela França (3-0). Com 15 jogos e seis golos em Mundiais, amado na Corunha, onde fez parte do Super Dépor, não esquecendo o seu dom pelos remates certeiros no Flamengo e Vasco da Gama, Bebeto tem acompanhado de forma próxima a evolução de Mattheus Oliveira em Portugal, que já responde por várias temporadas ao serviço do Estoril, Sporting, V. Guimarães, Mafra, na II Liga, e, agora, Farense.
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