Gérard Lopez garante que o Boavista vai ter "autorização para comprar jogadores"
Gérard Lopez, accionista maioritário da SAD do Bessa, falou em França sobre a gestão autónoma axadrezada, à margem da crise no Bordéus. Para evitar a queda do histórico clube francês no terceiro escalão precisa fazer 22 milhões de euros em transferências e garante ter "propostas escritas e que superam largamente esse montante".
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Não ilude o risco de falência do Bordéus, por estes dias a aguardar o recurso da decisão administrativa que o remeteu ao terceiro escalão, mas acredita que obterá com transferências de jogadores os "22 milhões de euros" ainda em falta para convencer a DNCG (órgão federativo que controla as contas dos clubes) a permitir a inscrição do histórico emblema francês na Ligue 2: "Temos propostas escritas e que superam largamente esse montante".
Gérard Lopez deu a cara, ontem, em entrevista à RMC, rádio francesa em que abordou também dificuldades de outros clubes, como o Boavista, cuja SAD foi notícia por estar impedida de registar contratos, devido a uma dívida a Adil Rami.
"O clube recebeu só na segunda-feira à noite a autorização para participar no campeonato e terá também a sua autorização para comprar jogadores", afirmou, e defendeu-se: "É o quinto clube português [aquele] que salvei da descida e o presidente já disse muitas vezes que o dinheiro que lá metemos permitiu salvar o clube". Quem o critica, diz, "são pessoas que nunca meteram um tostão onde quer que seja e têm a crítica fácil, porque criticar não é pagar": "Hoje, o clube está na primeira divisão, com bons jogadores, e começar a desenvolver a escola de futebol, com os sub-13 campeões e os sub-17 [refere-se aos sub-19, campeões do segundo escalão] que subiram à primeira divisão."
Questionado sobre o diferendo com o internacional francês Rami, demarcou-se da questão: "Não está em conflito comigo, porque não tenho lugar no conselho de administração do clube. É gerido de forma autónoma. Não participo em reunião alguma, porque entre ser proprietário e tomar decisões há uma grande diferença".
Adiantou, contudo, que lhe falaram num "mau comportamento" do defesa, mas sem "refutar nem afirmar": "Nunca falei com ele".
Confrontado com o dever de garantir que as pessoas sejam pagas, aludiu a receitas que a SAD "devia receber e foram bloqueadas": "A única coisa que tenho de gerir é um orçamento. Imagine que, em sua casa, orçamenta os seus custos mensais e chega a um acordo para um ano. Mas, após o terceiro mês, dizem-lhe que se esqueceram de alguma coisa. Não, o meu papel, como proprietário, é garantir que isso seja respeitado".
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