Para Vítor Paneira, antigo jogador dos encarnados e que também alinhou no eixo do meio-campo na fase final da carreira, os dois futebolistas que jogam à frente de Fejsa complementam-se em campo.
Corpo do artigo
Com o segundo hat trick da carreira profissional - o primeiro tinha sido apontado ao FC Porto, ao serviço do Paços de Ferreira -, Pizzi foi decisivo para a vitória (3-2) do Benfica sobre o Vitória de Guimarães e neste arranque da nova temporada. O médio surge revigorado no atual esquema de Rui Vitória, isto porque num 4x3x3 que inclui Gedson no meio-campo - ao contrário do que acontecia quando a aposta era Zivkovic -, o internacional português ganha liberdade para surgir com maior frequência em zonas próximas da área adversária.
"Com o Gedson, o Pizzi não tem esse compromisso de ficar tão próximo do Fejsa, que continua a dar estabilidade na zona central do meio-campo. O Pizzi e o Gedson são dois oitos, jogadores que cortam e quebram linhas, desequilibram claramente e aparecem em zona de finalização. Basta ver o lance do primeiro golo contra o Vitória de Guimarães, em que a bola chega ao Pizzi depois do trabalho do Gedson", diz Vítor Paneira, recordando "o movimento de rotura, em que se percorrem espaços e se dão linhas mais à frente". "A equipa cresce com isso", completa ex-jogador das águias a O JOGO.
Paneira, no final da carreira, também pisou os mesmos terrenos que Pizzi e considera que o médio está um jogador "diferente para melhor" neste início de época. "Depois de pairarem algumas dúvidas sobre o seu rendimento, e não entendo os motivos para tal, o Pizzi entrou bem no campeonato. Vê-se que está fresco e a ausência do Mundial terá contribuído para isso. Neste momento, o Gedson é um complemento ao Pizzi e vice-versa", analisa.
O agora comentador da TV vê em Pizzi "um dos melhores jogadores do Benfica e do futebol português" e a faceta polivalente do médio é uma mais-valia, pois pode alinhar no miolo em 4x4x2 ou 4x3x3 e também encostado à esquerda e direita, como já fez com Rui Vitória. "Com isso, ganham ele e a equipa. Basta ver a forma como finaliza o primeiro e o terceiro golos. É preciso categoria, grande classe e qualidade técnica acima da média", destaca.
Um jovem "à imagem de Renato"
Promovido ao plantel principal esta temporada, Gedson foi titular com Fenerbahçe e Vitória de Guimarães e Vítor Paneira traça um paralelismo com outro ex-jogador encarnado, lançado também por Rui Vitória.
"É um jovem à imagem do Renato Sanches. Tem menos capacidade física, mas maior capacidade técnica. É um jogador que progride, rasga e quebra linhas", conclui o antigo jogador.