Versão mais refinada está à vista. Cada vez mais eficaz a decidir, extremo assina o melhor arranque de azul e branco.
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A primeira vitória de Sérgio Conceição em jogos de estreia na Liga dos Campeões teve a assinatura de Galeno que, com dois golos e uma assistência, foi decisivo na conquista dos três pontos frente ao Shakhtar Donetsk.
Um triunfo que, sublinhe-se, vale, também, um cheque de 2,8 milhões de euros da UEFA. O extremo aumentou a conta pessoal para três golos e duas assistências nos sete primeiros jogos oficias de 23/24, naquele que é o melhor arranque de época de dragão ao peito.
A mostrar uma versão mais refinada e com maior acerto na hora de definir, Galeno tem assumido o papel de desequilibrador numa equipa que ainda não assinou uma exibição de encher olho. E bem que se pode dizer que as provas europeias são a sua "praia": em 37 jogos, incluindo três de pré-eliminatórias que fez pelo Braga, o extremo leva 15 golos e 11 assistências...
A iniciar a terceira temporada nesta segunda "vida" no Dragão, Galeno dá mostras de poder bater o registo de 22/23, que foi o melhor da sua carreira e que fez despertar a cobiça de vários clubes. Segundo o que O JOGO apurou, houve mesmo diversas abordagens no mercado de verão provenientes de Inglaterra. Chegaram a ser discutidos valores, mas o FC Porto manteve-se sempre irredutível apontando para a clásula de rescisão, como fez com Otávio e outros jogadores. No caso de Galeno são 50 milhões de euros e isso acabou, na altura, por demover os interessados. Não será, porém, de estranhar que com exibições como a que fez em Hamburgo, na maior montra do futebol mundial, o seu nome volte a ser falado quando se chegar à janela de transferências de inverno.
Imune a todas essas movimentações de mercado, Galeno colocou o pé no acelerador e arrancou endiabrado para esta temporada. Numa equipa que ainda só marcou 11 golos em sete jogos, média de 1,5, o luso-brasileiro tem sido o autêntico abono da família portista, assumindo-se como responsável direto de praticamente metade da produção ofensiva da equipa ao estar envolvido em cinco golos. Não fosse o penálti falhado contra o Arouca e teria, sozinho, precisamente, participado em metade. Números que ajudam a perceber a razão pela qual é o único jogador de campo totalista pelos dragões.
Em Hamburgo teve uma noite de sonho, como há um ao em Leverkusen, voltando a mostrar que é um jogador talhado para este tipo de partidas em que tem espaço para aplicar a sua velocidade e técnica. Juntando a isso uma melhoria significativa na definição, o resultado foram dois golos, uma assistência, mas também um outro remate enquadrado e cinco conduções de bola progressivas que deixaram a defesa do Shakhtar à beira de um ataque de nervos.
Esta época, recorde-se, Galeno já tinha feito uma assistência com o Farense, marcou o golo do empate em Vila do Conde já depois dos 90 (Marcano faria o da vitória) e agora, em Hamburgo, acrescentou mais três ações decisivas, somando as tais cinco que fazem deste arranque o mais produtivo de azul e branco. Na época passada, tinha dois golos e uma assistência ao fim de sete jogos e em 21/22 apenas um golo e uma assistência.
O fair-play e a curiosidade no Brasil
Quem é Galeno, que brilhou na Champions pelo FC Porto? A pergunta foi feita por vários jornais brasileiros depois da exibição em Hamburgo, levando à publicação de artigos sobre o percurso do "maranhense de 25 anos que chamou a atenção" na ronda inaugural da Champions. Mas até mais do que a exibição, foi o gesto de fair-play que teve na segunda parte - ao parar o jogo quando o seu adversário direto, Lemki, sofreu uma lesão muscular - que mereceu rasgados elogios um pouco por todo o lado.
"A ação do duplo goleador Galeno, que tem grandes hipóteses de ser premiado com a medalha de fair play da UEFA [a juntar ao prémio de melhor em campo, que já recebeu após o apito final], coadunou-se com o ambiente amigável do estádio. Quando o ucraniano se queixou devido a uma distensão na coxa bem à sua frente, Galeno imediatamente interrompeu o ataque e atirou a bola para a linha lateral. Ação forte", pode ler-se no jornal Bild.