O primeiro reforço a chegar ao Dragão conversou em exclusivo com O JOGO antes da apresentação aos adeptos que já o deixaram emocionado...
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Gabri Veiga foi a primeira grande aposta de André Villas-Boas para 2025/26, tendo chegado ao Dragão a troco de 15 milhões de euros, na janela especial de mercado permitida pelo Mundial de Clubes. Dois meses depois, o espanhol já se sente em casa e feliz com a decisão que tomou de regressar à Europa. A chegada de Francesco Farioli trouxe mudanças estruturais que aplaude, em conversa exclusiva com O JOGO, acreditando estar a ser forjada uma equipa capaz de colocar o FC Porto de novo no topo. Hoje é dia de apresentação oficial aos adeptos, mas, no último domingo, Gabri recebeu uma manifestação de apoio que, garante, nunca mais vai esquecer.
Estreou-se no Dragão frente ao Twente. O que sentiu ao sair do relvado perante a onda de apoio dos adeptos após a expulsão?
—A verdade é que foi emocionante, não vou mentir, porque, quando aconteceu a expulsão, por dentro estava irritado, aborrecido, triste e nunca esperaria que os adeptos me apoiassem daquela maneira, colocando-se de pé e aplaudindo. Mesmo que tenha sido apenas o primeiro jogo, vou levar isso para a vida. Depois do jogo, comentei isso com os meus entes queridos e eles também se mostraram felizes. Acho que me estou a encaixar bem aqui. Seja o que acontecer em campo, há que dar tudo e, neste caso, teve esse desfecho infeliz, mas a reação foi memorável e aproveito para agradecer a todos os adeptos.
E os companheiros confortaram?
—Sim, sim. Os companheiros... somos uma família e sabemos que vão estar sempre do teu lado, mas a reação do público emocionou-me porque, realmente, não esperava. Os companheiros... desta vez fui eu, noutro dia será outro, pois vamos estar sempre juntos e rumar na mesma direção.
Como se sentiu ao lado de Froholdt e Alan Varela no jogo com o Twente?
—O Vitor [Froholdt] leva muito pouco tempo aqui, mas já se veem coisas muito boas nele. O Alan [Varela] é um dos líderes do grupo e uma peça-chave, porque, neste sistema, é muito importante esse médio defensivo. Viram-se coisas boas, coisas positivas. Sinto-me muito confortável ao lado deles, porque são dois bons “cavalos” ou “cães de corrida” – correm e vão a todas. Não só eles, obviamente, mas todos os jogadores temos de ter essa característica: ir juntos, correr mais do que os adversários. Essa é também um pouco a essência do FC Porto – dar tudo em campo – e acho que eles são dois bons exemplos disso. Sinto-me confortável com eles e, com o tempo, o tema da linguagem vai melhorar. Mas acho que há aí duas boas peças.
O sistema utilizado por Francesco Farioli, o 4x3x3, é mais adequado às tuas características?
—Sempre me caracterizei por ser um jogador que se adapta muito bem aos sistemas, ao que os treinadores pedem, porque tenho essa virtude de ser polivalente, de cobrir várias zonas do campo e, nesse sentido, eu, como jogador que cresci no Celta, que sempre jogou em 4x3x3, acho que é uma grande notícia para mim. Não o vou esconder, sinto-me muito confortável. Obviamente, há mil coisas que devemos melhorar, não só eu, mas todos os companheiros e, como equipa, que é o mais importante. Mas penso que se adapta muito bem ao nosso estilo de jogo, com as nossas características e, sobretudo, é isso que o treinador pede, que é quem manda.
Há duas semanas de começar oficialmente a Liga, o que se pode esperar do FC Porto para esta temporada?
—É uma forma de voltar a essa essência do FC Porto. Tanto os adeptos como nós temos muito claro o que queremos fazer, que, no fundo, é ganhar jogos, voltar a ser competitivos, voltar a mostrar essa garra bem definida de ser agressivos, de ir com tudo, de ter um futebol muito vistoso e, ao mesmo tempo, eficiente e vertical. Não sofrer golos, ser uma família, uma equipa. Acho que estamos no caminho certo, mas ainda há muito trabalho pela frente.
Sentem a pressão de não poder estar um ano mais sem títulos?
—Obviamente, nesta altura ainda não se pode pensar em títulos, porque os títulos ganham-se, na maioria das vezes, no final da temporada. Mais do que uma visão a longo prazo, acho que temos de, com a mudança que houve e estas boas sensações que estamos a ter, ir dia a dia, semana a semana, jogo a jogo, e, a partir daí, ver até onde podemos chegar. Mas, obviamente, com essa pressão que sempre existe num grande clube como o FC Porto, de dar o máximo e estar à altura.