Central brasileiro não tem a saída da Luz nos seus planos, mas admite ter de mudar de ares caso o atual capitão renove. Também a eventual venda de António Silva, um cenário pouco provável, poderia ajudar à decisão do camisola 4 que, não tendo via aberta para a titularidade, dá preferência à continuidade na Europa.
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A aposta inicial em Morato e a explosão posterior de António Silva confundiram por completo as contas para a titularidade no eixo da defesa do Benfica. Um dos afetados foi Lucas Veríssimo que, depois de ter recuperado totalmente de uma grave lesão, fez apenas um jogo de início. O estatuto de suplente funcionou como combustível para ativar o interesse de clubes brasileiros no seu contributo, mas O JOGO sabe que o plano do camisola 4 é outro e tem ligação direta ao futuro de... Otamendi.
O central brasileiro tem em vista a recuperação do estatuto que conquistou quando chegou à Luz a partir de fevereiro de 2021, contratado por pedido expresso de Jorge Jesus. De então para cá, Lucas Veríssimo não mais largou o onze, até à grave lesão que sofreu em novembro do mesmo ano, no dia 7, na receção ao... Braga. O jogo foi de goleada (6-1) e até coincidiu com o último em que atuou de início com Otamendi (e Vertonghen) a seu lado, mas foi o marco mais negativo na carreira do jogador de 27 anos.
Desde esse momento, Lucas Veríssimo foi obrigado a passar por um longo calvário, que apenas terminou quando começou a jogar pelos bês em outubro (dois jogos). Porém, a coesão da dupla António Silva-Otamendi, que já havia puxado o tapete a Morato quando este se lesionou no início da época, e a tendência para Roger Schmidt não mexer no onze que lhe dá mais garantias resultou em escassez de oportunidades para o internacional brasileiro. Somou dois minutos com o Maccabi, foi titular com o Varzim (90" na Taça de Portugal), acumulou mais três minutos e um minuto com Arouca e Braga, mais seis com o Boavista e dois com o Club Brugge.
Com a época a aproximar-se do fim, vários clubes brasileiros tentaram convencer o Benfica e o jogador no sentido de um empréstimo, com ou sem opção de compra - Veríssimo custou 6,5 milhões de euros, contratado ao Santos -, mas nada avançou. O empresário do jogador, Paulo Pitombeira, garantiu anteontem, em revelação feita pelo jornalista Jorge Nicola, que "a possibilidade de regressar ao Brasil é zero". De facto, segundo O JOGO apurou, o camisola 4 aguarda pelas definições do plantel encarnado, sobretudo em torno da renovação de Otamendi, cujo contrato expira em final de junho. Muito cobiçado, é provável que o campeão do mundo pela Argentina rume a outras paragens, podendo Veríssimo ver aumentadas as hipóteses de, em discussão direta com Morato e António Silva, reocupar um lugar no onze, mesmo contando com o regresso de João Victor.
Não é de descartar também o surgimento de uma proposta choruda pelo defesa português, que tem uma cláusula de rescisão de 100 milhões de euros - o Benfica quer segurar o jogador mais uma época -, o que abriria ainda mais a porta para a recuperação hierárquica de Lucas Veríssimo. Porém, e não se consumando nenhum destes cenários, o jogador entende que a sua passagem pelo futebol europeu não tem os dias contados e, por isso, dará prioridade quase total ao ingresso num clube dos principais campeonatos da Europa. Tudo para ser decidido dentro de poucas semanas.
João Victor, o sétimo central, volta de França
De regresso à Luz na próxima temporada estará João Victor, central que custou às águias 9,5 milhões de euros, mas que acabou emprestado aos franceses do Nantes. O ex-Corinthians, de 24 anos, irá concorrer por um lugar na equipa, depois de uma época em que, no meio dos sete centrais que integraram o plantel, somou apenas 134 minutos de águia ao peito. Além de António Silva, Otamendi, Morato e Lucas Veríssimo, ainda sob as ordens de Roger Schmidt, arrancaram a época Vertonghen (não jogou) e John Brooks (234").