O Dragão de Ouro de Revelação do Ano diz ser um jogador mais maduro do que há nove meses, quando se estreou pela equipa principal. Admite que lhe falta o golo e que aprende muito com Díaz
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Antes de seguir com a família para uns dias de descanso em Itália, onde o pai fez parte da carreira, Francisco Conceição, de 18 anos, conversou com O JOGO sobre o Dragão de Ouro que o enche de orgulho e vai receber no dia 29, mas também sobre a ascensão e evolução na equipa treinada pelo pai, que garante não ser mais exigente consigo do que com os companheiros.
Além do treinador, o extremo diz que é um privilégio poder trabalhar e aprender diariamente com jogadores experientes como Pepe e Sérgio Oliveira, mas também com o "diferenciado" Luis Díaz.
Com a liderança do campeonato nesta paragem para as seleções, Francisco espera que o FC Porto mantenha o trilho, apesar de admitir que seria preferível não interromper a série de bons resultados e exibições porque espera voltar "rapidamente aos títulos". Passar à fase a eliminar da Liga dos Campeões é outro objetivo assumido.
A época passada foi a da estreia do Francisco Conceição na equipa principal, esta será de quê?
-É uma época em que quero absorver o máximo de informação possível. Aprender com os meus colegas de equipa, muitos têm já uma grande experiência no futebol ao mais alto nível. Aprender no dia-a-dia com os jogadores com quem cresci a ver na televisão é um grande orgulho. Quero sentir-me cada vez melhor e ir-me afirmando no clube.
Que diferenças há entre o Francisco que se estreou em fevereiro e o atual?
-Sou um jogador muito mais maduro, tenho aprendido outras formas de ver e entender o jogo. O meu objetivo é fazer sempre mais e melhor e é isso que vou tentar fazer, passo a passo.
Sentiu rapidamente as marcações a ficarem mais pesadas e agressivas sobre si?
-Os adversários vão conhecendo melhor os jogadores que não conheciam tão bem. Hoje em dia analisam-se bastante as equipas. Observam um jogador que cria desequilíbrios, a quem não podem dar tanto espaço..., mas tudo isso é normal e cada vez mais frequente.
Já aprendeu a lidar com as expectativas que recaem sobre si quando é lançado? Os adeptos já acreditam em si para desequilibrar jogos complicados...
-Sim, claro que há sempre aquele nervosismo que considero normal, de querer fazer a diferença e ajudar os meus colegas, mas estou aqui para continuar a trabalhar e poder mostrar a todos que podem contar comigo e que juntos vamos conseguir grandes coisas.
Para quando o golo? Voltou a estar perto com o Santa Clara...
-Espero que quanto mais rápido melhor (risos). Mas desde que a equipa marque...
Sente, de alguma forma, um peso maior por ter o pai como treinador? Alguma vez sentiu que o Sérgio Conceição exige mais de si do que dos seus companheiros?
-Não sinto que tenha um peso maior ou que exija mais de mim, é uma felicidade ter o meu pai como treinador... É um sonho que muitos miúdos gostariam que um dia lhes viesse a acontecer e eu tenho esse privilégio. É um orgulho tremendo.
Acredita que, juntamente com outros talentos do Olival (Diogo Costa, João Mário, Vitinha, Fábio Vieira...), pode marcar uma era no FC Porto?
-Sem dúvida, vê-se que são jogadores com muita qualidade. Se conseguirmos acrescentar alguns atributos necessários a jogadores que vêm da formação, estou convencido que podemos fazer um grande percurso aqui no FC Porto.
Há maior vontade de mostrar serviço por ter saído da formação do clube?
-Não vejo isso dessa forma, não sinto que haja uma responsabilidade extra por ter vindo da formação. Quero dar o meu melhor e ser mais um para ajudar a equipa.
É natural os jovens se inspirarem muito noutros jogadores. Qual é a sua maior fonte de inspiração?
-Sempre foi o meu pai, por tudo que fez, pelo que trabalhou, onde conseguiu chegar como jogador e treinador... O meu pai sempre foi o meu ídolo. Mas é claro que observo vários jogadores que estão em patamares muito elevados e com quem procuro aprender.
A estreia agridoce no dérbi da Invicta
Fez no sábado precisamente nove meses que Francisco Conceição se estreou pela equipa principal. Entrou aos 77", com o FC Porto a perder 1-2, ganhou um penálti que Sérgio Oliveira atirou ao poste (seria o 3-2) e ainda ofereceu o golo da vitória a Evanilson, num lance que seria anulado pelo VAR.
"Foi um misto de emoções, de muita alegria por me ter estreado, mas de alguma tristeza e frustração por não termos vencido."