Foram horas loucas à procura de chuteiras

Oitenta pares de chuteiras dos 20 jogadores do Braga que viajaram para Marselha foram furtadas do balneário arsenalista no Vélodrome. O jogo chegou a estar em risco, mas UEFA foi irredutível quanto à possibilidade de adiá-lo e, caso o Braga se recusasse a disputá-lo, poderia, até, ser desqualificado.

O furto dos contentores metálicos onde estava o calçado aconteceu entre o final do treino vespertino de quarta-feira e a manhã de ontem. Os responsáveis arsenalistas souberam do sucedido pouco antes da reunião protocolar entre os clubes e a UEFA. A polícia técnica de Marselha deslocou-se ao local da ocorrência - a porta não estava danificada - para recolher impressões digitais e também esteve no hotel da comitiva bracarense. Imagens da zona do balneário, nem vê-las, uma vez que o sistema de videovigilância não se encontra operacional. Recorde-se que o Estádio Vélodrome está em obras com vista ao Europeu de 2016.

Com o adiamento do jogo fora de questão, a Direção do Marselha disponibilizou um jato para responsáveis do Braga viajarem até Portugal e recolherem mais um lote de chuteiras, mas tal não resolveria a questão porque todo o calçado tinha seguido para França. O caso chegou num ápice às marcas patrocinadoras dos jogadores. Nike, Adidas e Puma diligenciaram representantes para tratarem do problema e enviaram o material necessário, e indisponível em Marselha, em voos particulares oriundos de vários pontos de França. Não seria fácil resolver a carência em qualquer loja desportiva: Boly, por exemplo, calça 47,5...

O Braga jogou sob protesto e vai fazer uma participação nas instâncias disciplinares da UEFA. As chuteiras, novinhas, foram experimentadas no aquecimento, e o desconforto dos atletas, ao intervalo, era notório. Agora, falta saber se os pés ficaram com bolhas ou feridas, é que na segunda-feira há jogo da I Liga com o União da Madeira.