"Fora os grandes, as equipas vivem em stress permanente desde a primeira jornada"
Presidente da SAD do Famalicão mostrou-se "preocupado" com o estado do futebol português.
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O presidente da SAD do Famalicão, Miguel Ribeiro, revelou-se esta sexta-feira preocupado com o estado do futebol português, salientando as "diferenças" dos clubes grandes para os "outros".
O dirigente, em declarações à agência Lusa, abordou o estado do futebol português, alertou para as dificuldades que muitos clubes passam para conseguir sobreviver e apontou mesmo um rumo.
"O estado do futebol português divide-se claramente em dois. Temos os grandes, que, também felizmente para nós, têm tido bons resultados europeus, a crescer as suas marcas, orçamentos cada vez mais elevados, o espaço mediático quase a atingir o 100%, e, depois, temos uma segunda leva, que são todos os outros. E todos os outros vivem muitas dificuldades", disse.
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Miguel Ribeiro explicou de forma bem concreta em como se refletem essas dificuldades.
"Na competição mais fraca da Europa que nós temos hoje, a Liga Conferência Europa, nenhum clube português chegou à fase de grupos em duas épocas. As equipas vivem em "stress" permanente desde a primeira jornada porque, de facto, jogar na I Liga representa viver, e não jogar na I Liga representa sobreviver. E acho que é preciso olharmos para este panorama e perceber que o futebol português não é só a camada 1, mas também tem a camada 2. E a camada 2 hoje vive verdadeiramente em sofrimento porque as receitas são escassas, tudo o que gravita à volta deste segundo grupo de clubes é muito curto, o nosso espaço mediático é muito pequeno. Acredito que a centralização dos direitos televisivos com uma repartição muito mais equilibrada, muito mais equitativa dos direitos, poderá fazer crescer este segundo grupo. Porque se este segundo grupo não crescer, o futebol português estará hoje estagnado no seu crescimento", alertou ainda.
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