Niakaté chegou emprestado, mas convenceu a SAD bracarense, depois de ter reprovado quando esteve à experiência em Vila do Conde.
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Niakaté chegou há um ano a Braga, emprestado pelo Guingamp, e as boas exibições levaram a SAD a acionar a opção de compra, pagando 1,8 milhões de euros. O defesa-central assinou por cinco anos e ficou com uma cláusula de rescisão de 30 milhões.
O francês, de 23 anos, até podia ter começado a jogar em Portugal em 2015, mas ao serviço do Rio Ave.
A história foi contada a O JOGO por Olivier Feliz, um português radicado em França e que trabalha como scout, depois de ter sido dirigente, durante oito anos, no AC Boulogne-Billancourt [ACBB]. E foi naquele clube dos arredores de Paris que conheceu Niakaté. "Chegou ao clube ainda na formação, depois de passar pelo Paris Saint-Germain. Esteve cá durante dois anos. Nessa altura já se via que tinha uma qualidade enorme e tentei ajudá-lo. Aconselhei-o ao Rio Ave e esteve lá a prestar provas", recorda Olivier Feliz, historiando o processo. "O Rio Ave enviou um convite para ele ir treinar ao clube e foram buscá-lo ao aeroporto. Foi até um amigo meu que o foi buscar, o Filipe Pires, que era casado com a Joana, filha do presidente Pinto da Costa."
Niakaté tinha então 16 anos e viajou para Portugal carregado de sonhos, mas a aventura não teve um final feliz. "Esteve a prestar provas durante dez dias, mas não ficou", recorda. Olivier conversou com Francisco Costa, então coordenador a formação do Rio Ave, que lhe terá dito que "não podia ir contra os critérios do treinador" que o tinha reprovado. Como resposta, ouviu da parte do então dirigente do ACBB uma frase que revelava grande crença no valor de central. "Aponte este dia, porque o Niakaté vai jogar na I Liga portuguesa".
O defesa regressou a França e teve um trajeto sempre a subir. "Foi para o Évreux e não fiquei surpreendido quando o Valenciennes foi buscá-lo. Atuou de caras na II Liga e foi contratado pelo Guingamp, sendo depois emprestado ao Metz para jogar na I Liga", recorda.
O central foi então observado por Paulo Meneses, chefe do departamento de scouting do Braga, e o passo seguinte passou por negociar o empréstimo com o Guingamp. O sucesso esteve à vista em 2022/23, algo que não surpreende Olivier Feliz. "É fisicamente forte, é uma "besta", e já melhorou o jogo com os pés. Tem uma qualidade enorme. Além disso, tem uma boa mentalidade, é trabalhador, sério e adapta-se facilmente aos colegas, até porque vai treinar com um sorriso na cara", elogia Olivier, convicto que "Niakaté joga nos três grandes de caras". Acredita até que encaixaria na perfeição no FC Porto. "Sou benfiquista, mas é um jogador à Porto. Tem raça, fala muito e motiva os colegas. O ADN dele é transmitido para os colegas", destaca.