Foi no torneio Teresa Herrera que o agora técnico dos leões defrontou um Real que jogava "poucochinho" para os jogadores que tinha
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Personagem incontornável da atualidade e do passado recente do futebol português, Jorge Jesus saltou para a ribalta no Benfica, surpreendeu o país ao mudar-se para o Sporting após seis anos do rival e, pelo meio, inflamou o público com tiradas polémicas - agraciadas por uns e consideradas sobranceiras por outros - que criaram uma cisão profunda em torno da sua imagem, mas que, ao mesmo tempo, entraram no léxico do futebol português. Há nove anos, quando orientava o Belenenses, o atual técnico dos leões não tinha a mesma exposição mediática de hoje em dia, mas a génese do confiante discurso que, semana após semana, entra pela casa do público começou a surgir precisamente num duelo frente ao Real Madrid, adversário que reencontra quarta-feira no primeiro teste europeu de peso no Sporting, na Liga dos Campeões.
A história inicia-se em agosto de 2007, quando o Belenenses foi convidado para o prestigiado Troféu Teresa Herrera. Na Corunha, os azuis tinham encontro marcado com os merengues, naquele que seria o primeiro confronto de Jesus frente ao gigante espanhol. As crónicas da época falaram de uma lisonjeira vitória por 1-0 dos merengues, alcançada em cima do minuto 90 devido a um frango do guardião Marco, que motivou JJ a abrir o livro. "Fomos mais equipa. O Real, com os jogadores que tem, joga poucochinho", disparou o técnico que, um dia mais tarde, fez uma análise ainda mais contundente ao jogo: "O Schuster disse que fomos defensivos, mas deve ter visto outro jogo. Com as estrelas que o Real tem é preciso mais. Se não jogam mais, o problema é do treinador. Com os jogadores dele dava-lhe 3-0 ao intervalo, a acabar com 5-0."