"Foi muito especial e tratou-se de um dia que ficará, certamente, na história do nosso Amarante"
Diogo Vila, central experiente do Amarante, garante que não conseguirá esquecer barulho dos adeptos em Barcelos. Fala de um dia histórico apesar da derrota e das expetativas altas com a invencibilidade no CdP. Dono de um salão de cabeleireiro, adquire produtos ao treinador, comercial de produtos de cosmética
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O Amarante foi a Barcelos apostado em ser o grande "outsider" da Taça de Portugal e tudo fez para inscrever o seu nome e a histórica cidade, berço de tantos ilustres da cultura nacional, nos quartos-de-final da Taça de Portugal, empatando perto do fim, mas não resistindo ao forcing final dos galos, que valeu triunfo por 3-1, derretendo-se, assim, o grande sonho dos homens do Tâmega.
Sob liderança do técnico Renato Coimbra, os amarantinos comprovaram numa frente mais mediática os grandes desempenhos que rendem liderança invicta na Série B do Campeonato de Portugal.
A experiência da equipa passa muito pelo nome do central Diogo Vila na retaguarda, de 33 anos, que já passou, inclusive, pelo futebol cipriota e luxemburguês, depois de formação no Leixões e ter impressionado ao serviço de Infesta e Padroense. A atuar pelo clube do coração, Vila viveu um jogo para nunca mais esquecer.
"Foi muito especial e tratou-se de um dia que ficará, certamente, na história do nosso Amarante e da nossa cidade, da nossa cidade, porque ela foi a Barcelos puxar por nós", expressou o central, profundamente impacto pela adesão popular. "Os adeptos foram gigantes e incansáveis todo o jogo, deram-nos emoção e energia com os seus cânticos. Tudo isso vai ficar muito tempo nas nossas cabeças. Quando cheguei a casa ainda estava com as vozes deles no pensamento, é um momento que fica no coração! Nem consigo descrever a explosão no estádio quando conseguimos empatar. Só dá mesmo para sentir", frisou Diogo Vila, lamentando o desfecho e uma derrota que chegou quando pairava o prolongamento entre equipas separadas por três escalões.
"Ficamos tristes mas orgulhosos, por tudo o que fizemos numa competição especial", desabafou o central, a cumprir a terceira época no emblema que mais ama, após vir do Luxemburgo, mas ter iniciado trajeto no vizinho Vila Meã. "Sou um privilegiado por jogar neste clube, nesta equipa, pelo sentimento de família que temos. Oferecem-nos todas as condições, a felicidade é geral, não nos faltam com nada, contribuem para o nosso bem-estar", juntou, já pondo o foco no grande objetivo coletivo, que passa pelo regresso à Liga 3.
"Demos tudo para representar o nosso campeonato da melhor forma, fomos o último resistente. Conseguimos transmitir a qualidade que as equipas deste escalão possuem. Temos no Amarante toda essa qualidade, ambição e uma enorme humildade", registou.
"Com todo o respeito pelos adversários, o nosso espírito é trabalhar nos limites e fazer com que os resultados apareçam sempre. Só com muito trabalho chegaremos à fase de subida para, posteriormente, tentarmos a subida de divisão", salientou Diogo Vila, dono de um salão de cabeleireiro. Tem a particularidade de alargar relações também com o seu técnico neste reduto da estética, pois este é comercial de produtos de cosmética. "São tudo negócios virados para os cabelos, é verdade! Não lhe compro muitas coisas, mas quando preciso peço-lhe e tenho sorte", graceja o defensor.