Defende as cores do Bristol do segundo escalão inglês e, em entrevista a O JOGO, Pedro Pereira, 22 anos, abordou os momentos passados no clube encarnado que, acredita, será campeão nacional.
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Formado no Benfica, Pedro Pereira saiu cedo para Itália, ao rumar à Sampdória em 2015 com apenas 18 anos. Voltou em janeiro de 2016, mas fez apenas um jogo, que lhe valeu figurar entre os elementos que venceram o tetra, naquele que foi "um dos momentos mais felizes da carreira". Tapado na Luz, seguiram-se empréstimos ao Génova e Bristol que representa.
Agora o futebol está parado, mas olhando para trás, como justifica o volte-face na Liga e a perda da liderança do Benfica?
-São fases menos boas que acontecem na época. Acompanho os jogos e não gosto de chamar-lhe azar. Tem havido um pouco de falta de sorte nos últimos momentos, em termos das oportunidades. Acredito que o Benfica tem todo o potencial para dar a volta e ser campeão.
Considera que seria benéfico para a sua carreira estabilizar num clube?
-Sem dúvida. Chega a altura em que é importante ter estabilidade, encontrar um clube com um projeto bom, um clube que me deixe continuar a fazer a evolução e apoie nessa melhoria. Onde encontre estabilidade para criar rotinas e raízes e poder ambientar-me ao lugar e às pessoas.
É a hora de dar esse passo e não andar com a casa às costas?
-É sempre bom viver outras experiências no futebol. Depois de passar por campeonato italiano, português e inglês, mesmo sendo muito novo sei que tenho muita experiência e a experiência acumulada é importante. É benéfico termos um sítio e clube a que chamemos casa. E a partir daí planear a nossa vida não para 10 meses, mas para 2/3 anos.
Descarta novo empréstimo?
-Neste momento, não sei o que vai acontecer. Tenho de continuar apenas focado em fazer o meu trabalho, garantir que faço tudo para ter as melhores performances e ajudar o Bristol da melhor maneira. No fim da época, o que tiver de acontecer, acontecerá.
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Arrepende-se de ter voltado ao Benfica em 2016?
-De nenhuma maneira. Os primeiros meses da época correram bastante bem na Sampdória e em janeiro realizei o sonho de voltar ao Benfica. O objetivo de todos os jogadores é jogar o máximo possível e sabia que na minha posição tinha o Nélson Semedo, hoje um dos melhores laterais-direitos do mundo. Desejaria mais oportunidades, mas tenho perfeita noção que os clubes grandes são assim. Quando temos oportunidades temos de saber agarrá-las. Foi muito bom pela experiência e tenho pena de não ter corrido de outra maneira.
Sentiu muita pressão?
-Senti. Foram momentos de muita pressão, mas de muita aprendizagem. Aprendi muito com o Nélson e outros jogadores, conheci pessoas excecionais e fez-me bem em termos humanos passar por certas situações para crescer.
Foi um golpe jogar pouco?
-Foi difícil trabalhar e não ver o nome nas convocatórias e sentir que as coisas não estavam a correr bem, mas aprendi e fui obrigado a crescer.
Está preparado para voltar?
-Não sei, estou focado no Bristol e em fazer o máximo de jogos e boas exibições. Ainda não foi falado, nem estou preocupado.
Tendo em conta os problemas físicos de André Almeida esta época, foi um erro emprestá-lo?
-No momento, não passava por mim essa opção e o Benfica está muito bem com o Tomás Tavares.
Que avaliação faz dele?
-É um rapaz excecional, trabalhador, dedicado. Tem de crescer, mas está no bom caminho. Tem muitos anos pela frente.