Médio do Benfica visitou um treino da equipa sub-12 das águias. Deu conselhos, conviveu e falou sobre as dificuldades do caminho até ao topo
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Florentino, médio do Benfica, visitou um treino da equipa sub-12, no Estádio Universitário de Lisboa, tendo aproveitado a iniciativa para dar alguns conselhos aos jovens, ao mesmo tempo que falou sobre o sonho que vive ao representar as águias.
"Memórias? Há muita coisa... Acima de tudo a alegria de representar o Benfica. Quando soube que vinha para o Benfica fiquei muito contente, porque é o maior clube de Portugal. E ver os meninos com esta idade, acho que por vezes ainda não têm a dimensão do que é o clube, porque ainda vivem muito no mundo deles e fazem bem, porque cada idade tem o seu processo, cada idade tem uma coisa para desfrutar e aprender. Mas dá esse 'flashback', dá essas recordações de lá atrás e também faz-me lembrar quando era menino, e que o sonho ainda está cá dentro. No fundo, ainda sou um bocado uma criança", afirmou. "Acho que todos os dias foram muito fantásticos, porque quando vestia a camisola do Benfica era um motivo de orgulho dizer aos meus colegas da escola que jogava no Benfica e saber que podia fazer o que mais gostava, ainda por cima a representar um grande clube. As memórias são as vitórias, são os títulos e, acima de tudo, a amizade que tinha com os meus colegas. Até hoje, ainda tenho alguns colegas que continuo a falar, e no final é isso que fica", vincou.
Sobre o momento com as crianças, disse: "Neste curto espaço de tempo, foi a alegria de nós estarmos ali a divertir-nos. Se repararam, os meninos só queriam jogar, só queriam estar comigo, estar do meu lado e não queriam mais nada. É isso que eles têm que fazer todos os dias. É aproveitarem cada minuto e saberem que se estiverem alegres é meio caminho andado para o sucesso."
Florentino realçou ainda a importância de se ter bons conselheiros ao lado. "É um fator muito importante, porque ao longo da caminhada vamos percebendo que nem todos os comentários são para ajudar e alguns são, somente, para deitar-nos abaixo. Às vezes, as pessoas até podem não fazer por maldade, mas é muito importante saber o que ouvir e de quem ouvir. E daí, acho que, ao longo do tempo, a pessoa vai percebendo, vai ganhando maturidade e só fortalece o nosso estado emocional", declarou. "Nós podemos ter a qualidade muito grande, mas se não tivermos a capacidade de suportar comentários negativos, a nossa confiança pode ir abaixo. Nós podemos mudar o nosso jogo e não jogar com leveza, não jogar com desfrute. E nós sabemos filtrar essas coisas, é um ponto muito importante e acho que muito fulcral no futebol. Quando a pessoa começa a aprender isso, acho que torna-se mais forte e mais compacta naquilo que faz", completou, ciente de que é um exemplo a seguir.
"Também dá-me responsabilidade de saber que os mais novos olham para os mais velhos. Assim como, quando eu era mais novo, olhava para os mais velhos, hoje em dia eles também podem olhar para mim e isso dá-me a responsabilidade de estar sempre no máximo, porque sei que há pessoas que espelham em mim, ainda mais estes miúdos que são da formação, que foi o caminho que eu também fiz. Creio que se eu continuar da maneira como cheguei até aqui, muitas coisas boas virão e que se eles continuarem da maneira como eles chegaram até aqui, desfrutando do futebol, também muitas coisas boas virão sobre a vida deles e irão crescer como homens e também profissionalmente.