Florentino explode nas mãos de Schmidt: concorrência fica para trás e Seleção em vista
O jogador que mais correu na Champions defende melhor e está mais valioso na hora de atacar.
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Aposta habitual de Roger Schmidt para o onze encarnado, Florentino tem sido um autêntico "varredor" no miolo benfiquista em 2022/23, pronto para acorrer a todas as zonas do campo. Essa capacidade tem ficado evidente nomeadamente na Liga dos Campeões, prova na qual o camisola 61 é nesta fase o jogador com mais quilómetros percorridos. Soma 92,9 (média de 11,6 por partida), mais um do que Tonali, médio do Milan, e mais 2,4 do que Kimmich, do Bayern - entre as águias, Grimaldo, com... 83,7 é quem mais se aproxima.
Com 92,9 quilómetros na prova milionária, superioriza-se nas recuperações entre os médios. Em comparação com 2021/22, está mais certeiro no passe e nas ações ofensivas.
Fundamental neste capítulo, Florentino não se limita, contudo, "apenas" a correr. Ainda na prova milionária, é o quarto jogador com mais recuperações, com 50, atrás das 63 de Sergio Ramos (PSG), 62 de Mechele (Brugge) e 54 do colega Otamendi. Entre os centrocampistas, o médio mais perto é Verratti (PSG), com 44. O futebolista do campeão francês é líder, entre os jogadores desta posição, nos desarmes ganhos, com 21, seguido por Thiago (Liverpool), com 14, e Florentino, com dez.
Índices de desarmes e interceções disparam
Procurando analisar o momento do futebolista, O JOGO comparou os dados entre 2021/22, no Getafe, e 2022/23, já na Luz, e o jovem futebolista regista uma forte evolução, nomeadamente nas suas ações relativas ao... ataque.
Analisando os dados recolhidos pelo site especializado na área estatística "Stats Bomb", é possível verificar que, em termos de campeonato, Florentino, perdendo menos vezes a posse de bola, aumentou a eficácia no passe (passou dos 81% para os 90%, como é possível observar na infografia acima), que tenta agora muito mais. Além disso, olhando à mais-valia das ações com bola (OBV) e deste tipo de passe (Passe OBV), o camisola 61 é mais decisivo em termos ofensivos - o que se nota sobretudo nas ações em progressão, ou seja, passes e dribles/corrida com a bola para o último terço do campo, que subiram dos 3,1 de média para os 8,8.
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De volta à Luz após duas épocas de empréstimo, a Mónaco e Getafe, Florentino passou a jogar numa equipa habitualmente dominadora, ao contrário do que sucedia, por exemplo, no emblema espanhol. Por isso, apesar de o número agregado de desarmes e interceções ser inferior a 2021/22, a verdade é que olhando aos índices de desarmes e interceções estes sobem consideravelmente - estes índices analisam cada um destes aspetos limitados apenas ao tempo em que o adversário tem a posse de bola e não no tempo total da partida. Ou seja, mostra-se mais eficaz quando toca a travar o adversário quando este tem a posse de bola do que sucedia no Getafe.
Curiosamente, apesar da importância atual a defender, baixou nas tentativas de pressão relativamente a 2021/22, ganhando ainda menos bolas aéreas.
Quilómetros a subir nesta fase
Transformado num autêntico maratonista na Liga dos Campeões, Florentino tem vindo a ganhar mais capacidade nos últimos encontros das águias. O centrocampista - que durante a pausa entre 2021/22 e 2022/23 fez questão de trabalhar afincadamente para chegar em boa forma à nova temporada e mostrar-se assim a Roger Schmidt - percorreu, segundo apurou O JOGO, cerca de 50 quilómetros nas derradeiras quatro partidas do Benfica, com Brugge, Famalicão, Vizela e Boavista, numa média de 12,5 por jogo, superior aos 11,6 na Champions.
Único jogador totalista
Lançado logo na pré-temporada como titular por Roger Schmidt (na foto), Florentino aproveitou bem as oportunidades concedidas pelo treinador germânico e depressa conseguiu convencer o novo técnico das águias da sua mais-valia. De tal forma que o camisola 61 é o único futebolista no plantel encarnado que disputou todos os 42 encontros realizados pelo Benfica em 2022/23, seguindo-se Vlachodimos e Grimaldo. No que diz respeito a minutos em campo, tem 3193 e está apenas atrás dos dois colegas referidos.
Concorrência fica para trás
Pré-convocado por Fernando Santos para o Mundial, sonha com a chamada de Roberto Martínez, novo selecionador de Portugal, para os embates com Liechtenstein e Luxemburgo. Números dão argumentos contra João Palhinha e Rúben Neves
A afirmação de águia ao peito e o rendimento apresentado em 2022/23 permitem a Florentino sonhar com uma chamada à Seleção Nacional, agora comandada por Roberto Martínez.
Internacional por todas as seleções desde os sub-15 até aos sub-21, o camisola 61 aguarda ainda pela estreia pela equipa principal das Quinas. E tem dura concorrência - a primeira lista de Roberto Martínez contava com 200 nomes, reduzidos entretanto para 52 -, nomeadamente João Palhinha e Rúben Neves, dupla que esteve no Mundial"2022, para o qual Florentino chegou a ser pré-convocado por Fernando Santos - Danilo e William Carvalho também estiveram no Catar, mas têm sido utilizados noutras funções também.
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Florentino bem pode confiar que os seus números servirão de argumento na corrida por uma vaga na primeira lista de Roberto Martínez, para os jogos com Liechtenstein e Luxemburgo, a 23 e 26 deste mês. Isto porque se perde na pressão para Palhinha e Rúben Neves e nos duelos aéreos para o primeiro, superioriza-se aos dois médios nos passes em bola corrida, na eficácia das entregues e na quantidade das ações ofensivas.