Com a saída de Raúl de Tomás para o Espanhol, são 15 as apostas falhadas em dez anos. Mesmo assim, financeiramente a SAD sai a ganhar.
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Raúl de Tomás deixa o Benfica rumo ao Espanhol a troco de 20 milhões de euros, com as águias ainda a manterem em sua posse 20 por cento do passe, assim como ficando à espera de mais 2,5 M€ por objetivos cumpridos.
Mas apesar de recuperarem o investimento feito no avançado ex-Real Madrid, os encarnados também assumem, com esta venda, mais um fracasso na aquisição de avançados. De Tomás é o mais recente capítulo de uma série de "flops" atacantes vistos na última década no clube da Luz e que já tiveram um custo global de quase 63 milhões de euros.
A maior parte do valor gasto em atacantes que não corresponderam às expectativas criadas ocorreu nas derradeiras três épocas. Além dos 20 M€ investidos em Raúl de Tomás em 2018/19, já Ferreyra (4,08 M€) e Castillo (7,87 M€) haviam levado uma quantidade significativa de dinheiro. A isso junta-se o investimento de 6,612 em Carrillo na época anterior, em comissões e prémios de assinatura. Gabriel Barbosa, cedido pelo Inter, custou outros 1,7 M€.
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Nos últimos dez anos, foram 15 os avançados que não deram rendimento desportivo relevante, razão pela qual acabaram por deixar os quadros da Luz sem brilho, num ciclo que começou com José Luis Fernández em 2010/11. Ao todo, as águias gastaram 62,8 milhões de euros entre extremos e pontas de lança que não deixaram marca desportiva mas, por outro lado, no plano contabilístico o Benfica até sai com saldo positivo: mais de 9 M€. Nas vendas de jogadores sem afirmação desportiva, os encarnados encaixaram 71,9 M€, com a transferência de Jovic do Eintracht para o Real Madrid no último defeso a alavancar, e de que maneira, a conta: o sérvio, também ele um "flop" na Luz depois de chegar a Portugal, em janeiro de 2016, valorizou-se na Alemanha e as águias ainda lucraram 22,2 M€ com a transação do seu passe. Uma mais-valia sem paralelo neste mercado de vendas, embora haja outros casos de lucro mesmo por valores menores: por exemplo, Rodrigo Mora, que só fez 104 minutos pelas águias em 2011/12 e que fora contratado a custo zero, rendeu 3,5 M€ quando saiu para o River Plate. Funes Mori também valeu 4 M€ quando foi para o Monterrey em 2015/16, depois de ter custado metade dessa quantia e só ter feito cinco jogos, sem golos, com a camisola das águias.
Já no sentido contrário, Victor Andrade e Saponjic, que nas suas primeiras épocas apenas alinharam pela equipa B encarnada, deram um prejuízo claro, tendo o primeiro saído sem retorno para o Estoril (custara quase quatro milhões de euros) e o segundo ido para o Atlético de Madrid por meio milhão de euros (custara 3 M€). Gabriel Barbosa, Derley, Michel e José Luis Fernández também foram negócios de saldo negativo na Luz.