Daniel Santos fez o primeiro bis da carreira na vitória do São João de Ver sobre o Anadia (3-1), que pôs fim a dois meses sem triunfos
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Daniel Santos sentiu, à semelhança de toda a equipa, um “enorme alívio” pela vitória na receção ao Anadia (3-1), que no campeonato já fugia há dois meses, desde a primeira jornada, no dérbi frente ao Lourosa (1-0). O polivalente brasileiro, que já jogou como lateral-direito, médio e extremo, fez também o primeiro bis da carreira diante dos bairradinos, ele que está nos malapeiros há três épocas e teve na anterior a mais marcante, pela forma como alcançaram a subida que permitiu o regresso à Liga 3. O próximo passo é vencer pela primeira vez fora de casa e vêm aí jogos contra o Varzim e o Lourosa.
No jogo contra o Anadia foi decisivo com um bis. Há quanto tempo não bisava, foi um jogo especial?
-Já não tínhamos uma vitória desde o primeiro jogo, contra o Lourosa. Por isso, foi muito especial ter marcado estes dois golos e ter deixado os três pontos em S. João de Ver. Foi o meu primeiro bis da carreira, por isso fiquei ainda mais feliz por este momento em que pude ajudar a equipa.
O S. João de Ver começou a perder, temeram que a vitória voltasse a fugir?
-Começámos atrás no marcador, mas ainda conseguimos empatar na primeira parte pelo João Victor. Foi um jogo muito complicado, que se complicou ainda mais na segunda parte devido à expulsão do Fábio Baldé. Mas mesmo assim conseguimos dar a volta e sair com uma vitória, que foi o mais importante. Ao intervalo, o treinador fez uns ajustes nos posicionamentos em campo, eles também tiveram uma expulsão, que ajudou a equilibrar as coisas, e o resultado acabou por surgir com naturalidade.
A equipa entrou bem ao vencer o dérbi contra o Lourosa, mas depois esteve dois meses sem ganhar. Como foi esse período?
-O futebol tem altos e baixos. Vamos trabalhar todos dias para melhorar. Os resultados nem sempre aparecem, mas o trabalho nunca faltou e esperemos que a partir deste jogo possamos vencer mais vezes. A malta quer dar o melhor, errar menos, mas as coisas não estavam a surgir e estava a ficar complicado. Por vezes, a bola ia à baliza e não entrava e os adversários aproveitavam para marcar. Com esta vitória, acredito que as coisas vão começar a sair melhor.
Chegou-se a falar na saída do treinador. Isso esteve em cima da mesa?
-Essa situação cabe mais à Direção, não gosto de falar disso. Não tenho nada a apontar ao treinador. O Afonso Cabral tenta sempre introduzir boas ideias na equipa e tenho gostado de trabalhar com ele.
O S. João de Ver deixou o último lugar e subiu duas posições. Sentiram alívio?
-Sim, houve um alívio muito grande para todos. Estávamos em último e já conseguimos sair dessa posição. A partir desta vitória, acho que virão muitas mais, mas todos temos de melhorar muito.
A equipa ainda não venceu fora e terá duas saídas depois da paragem…
-Temos muita coisa para ajustar, rever. Vamos trabalhar firmes para depois desta paragem voltarmos mais concentrados. Ainda não ganhámos fora de casa e vamos tentar fazê-lo contra adversários muito complicados, como o Varzim. Depois temos o dérbi contra o Lourosa, que é sempre muito intenso.
Está no clube há três épocas consecutivas. Por que decidiu continuar?
-Fiquei pela seriedade das pessoas. É um clube que gosto muito e fiquei contente por continuar. Vou trabalhar ao máximo para dar alegrias ao S. João de Ver e depois ver se aparece um clube de outro patamar. No ano passado foi fantástica a subida à Liga 3, foi muito marcante e considero que foi a melhor época que tive, depois da desilusão com a descida ao Campeonato de Portugal, que nos custou muito.
É o jogador com mais anos de casa ou há outros?
-O capitão Diogo Barbosa está aqui há mais tempo [quatro épocas] e transmite a todos a cultura do clube. Além dele, também já está comigo há três épocas o Paulinho. Somos os únicos que ficaram no clube depois da última participação na Liga 3.
Como se define e onde mais gosta de jogar?
-Sou muito explosivo e forte fisicamente. Já joguei em três posições: lateral-direito, médio e extremo. Por onde passar, vou dar conta do recado, mas gosto mais de jogar a extremo, pois sou muito veloz e forte na marcação.
Aposta furada com Filipe Macieira e ajuda de Diego Costa na carreira
Na semana que antecedeu a receção ao Anadia, Daniel Santos foi “picado” pelo team manager do S. João de Ver, Filipe Macieira, frisando que o extremo não andava a marcar golos, algo que o espicaçou, culminando na estreia a festejar e até em dose dupla. “Fizemos uma aposta: se eu marcasse, ele pagava-me um jantar e íamos comemorar. No final, ele disse-me que não era muito correto, pois já tinha passado pelo Anadia, mas vai ter de pagar”, brinca Daniel, chegado a Portugal para os sub-23 do Rio Ave, em 2019/20, e passando também pelo Espinho. “Sou muito grato aos dois clubes, que me abriram as portas, e ao Diego Costa, que está no Grémio e jogou no Atlético Madrid. Ajudou-me muito no Brasil e é quase um pai para mim”, conta. Luiz Júnior (ex-Famalicão) e Aloísio (ex-Estrela) também são amigos.