Fernando Pedrosa, antigo presidente dos sadinos, diz-se "desolado" com a decisão do TAD.
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Fernando Pedrosa, presidente do Vitória de Setúbal em vários mandatos cumpridos entre as décadas de 1960 e 1990, assumiu-se desolado pela descida do clube ao Campeonato de Portugal de futebol, confirmada esta quinta-feira pela decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD).
À Lusa, o antigo dirigente, de 89 anos, confessou ter dificuldades em encontrar as palavras certas para expressar o que sente neste momento.
"Fiquei apavorado com o que aconteceu ao Vitória. Não tenho acompanhado muito o assunto, tenho-o feito apenas pelos jornais. Estou profundamente desolado. Estou no Vitória há 80 anos e dói muito ver o clube nesta situação. Deixa-me sem palavras", disse.
Fernando Pedrosa, que dirigiu os destinos do Vitória de Setúbal durante parte dos seus tempos áureos nas décadas de 1960 e 1970, admite que será complicado o clube conseguir sobreviver no Campeonato de Portugal.
"Acho que vai ser muito difícil. Além de ter descido como desceu, o Vitória tem uma situação financeira muito má. Tem um PER [Processo Especial de Revitalização], deve muito dinheiro a credores e agora vão faltar receitas. As coisas vão ser muito complicadas. Apesar de ser um otimista, não estou neste momento a ver um futuro risonho para o Vitória", lamentou.
Não obstante o atual estado de coisas, o histórico ex-presidente do emblema setubalense apela à união dos adeptos numa altura em que se vive uma situação periclitante.
"Os vitorianos têm de se unir cada vez mais para ver se encontram uma solução. Já não há milagres, mas temos de esperar que através de uma situação invulgarmente favorável, o Vitória possa ultrapassar a atual situação. Vai ser muito difícil, mas acredito nisso", referiu.
Independentemente do que o futuro reserve, Fernando Pedrosa tem a certeza de que enquanto existirem vitorianos o clube irá perdurar.
"O clube não acaba nem vai acabar. Pessoas que durante anos contribuíram para o Vitória ter uma história fulgurante, não vão deixar que o clube acabe. Relativamente à SAD e ao futebol, não sei. Não conheço bem a dimensão de todo o problema, mas é complicado", reconheceu.