Felipe recusou regresso ao FC Porto para se retirar: "Proposta muito boa, mas já tinha planos"

Felipe terminou a carreira esta temporada, com a camisola do Nottingham Forest, mas podia ter prosseguido, pois propostas não lhe faltaram, assumiu em entrevista ao podcast Gringolândia, do Globoesporte.

O defesa-central de 35 anos teve mesmo a possibilidade de regressar ao FC Porto, mas nada o fez demover, nem mesmo os milhões da Arábia Saudita, ou propostas de Brasil, Espanha e Inglaterra.

"Olha, assim, pela questão financeira houve bastante coisa boa. Só que eu acho que hoje, colocando na balança a minha família e o tempo de qualidade... Nada fazia passar esse processo, que eu já tinha planos. Acho que foi uma coisa tranquila. Sabia das consequências também. Tenho um plano pós-futebol. Foi tudo bastante pensado, né? Propostas?  Ah, olha, eu sinceramente prefiro não falar. No Brasil teve umas quatro, cinco equipas que procuraram. Em Portugal, o FC Porto, que teve uma proposta muito boa, portas abertas. E na Arábia, que era mais a parte financeira. Teve na Espanha também, aqui na Inglaterra... Mas prefiro não falar. Colocando na balança o tempo de qualidade com a minha família, somar memórias e tudo assim... Acho que não teve nenhuma, nada assim que me enchesse os olhos, nem na questão financeira", afirmou.

"Tive bastantes propostas, mas como já estava uma loucura, estava num processo de anunciar a minha aposentadoria, pensei em fazer essa postagem [em março, anunciando a retirada do futebol] em respeito a todos que estavam a procurar-me. Acho que mais por essa questão de não contarem comigo. Porque a gente sabe que quando tem a procura de um clube eles precisam de uma confirmação. E tem aquela insistência, passam dois dias e o empresário está a ligar-te. E aquela coisa, como eu falei, acho que em respeito a todos assim que me procuram. Eu procurei fazer esse anúncio bastante antecipado e agradeço a todos os que me procuraram, porque é importante para nós. Assim a gente vê a carreira, da onde a gente saiu assim, vê essa grandeza. Acho importante", prosseguiu.

Além de querer criar memórias com a família, os pais e os sogros, Felipe garante que vai "pensar agora" em ter filhos.

O futuro, no imediato, será longe do futebol: "Não é sobre o futebol. Mas a gente também não descarta nada, né? Porque a gente não sabe. Eu aproveito cada oportunidade, mas a princípio, não. Tem bastante coisa de investimento, uma estrutura em questão de empresa, no Brasil, nos Estados Unidos. A princípio, não é nada pensado com o futebol."

Nos momentos marcantes que elegeu, a estreia na Champions com o FC Porto foi um deles: "A minha primeira convocação pelo Brasil foi um momento assim bastante marcante. Estava a dormir, recebi a notícia através do diretor, que era o Edu Gaspar. Acho foi algo bastante incrível, que eu não tenho como esquecer. Acho que o meu primeiro jogo na Champions League também é algo assim, de se arrepiar, algo de sonho, para quem quer ser jogador de futebol. Quando eu saio do Corinthians, eu tinha uma ideia. Eu recebi propostas de alguns outros países, mas eu optei por Portugal porque também era uma porta de entrada muito boa, né? Isso ajudou-me bastante, um clube com uma estrutura gigantesca e uma história legal. E pela língua também, então isso facilitou bastante. Não foi algo complicado. Na verdade, foi bastante fácil para adaptar. Portugal tem os seus costumes brasileiros, é muito parecido. Não foi nada difícil, um lugar muito bom para se viver. Eu morei no Porto, muito legal ali."

Felipe garantiu ainda que foi nos dragões que mais amigos fez: "No Porto foi onde eu mais fiz amigos, que eu tenho um carinho gigantesco. Converso sempre com eles: Alex Telles, o Vaná, o Otávio, Hernâni, Maxi Pereira. Tenho muitos amigos lá no Porto. E no Atlético de Madrid eu tenho o Renildo, um cara que converso bastante, e o Lodi, o Cunha, e o português João Félix. Aqui no Nottingham eu converso bastante com os meninos, Danilo e Murillo, que eu tenho mais resenha."