FC Porto tem tido "pouca cabeça": o raio-x aos 37 golos marcados até ao momento
Equipa produz mais nas segundas partes e ainda só marcou uma vez de penálti e outra de livre direto. Meia distância é com Sérgio Oliveira. Golos são fabricados na maioria pela zona central
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O FC Porto tem tido pouca cabeça esta época... Essa é uma das conclusões a que se chega ao fazer um "raio-x" aos 37 golos que a equipa de Sérgio Conceição leva, 28 no campeonato - é o ataque mais concretizador - cinco na Taça de Portugal, três na Liga dos Campeões e um na Taça da Liga.
Desses, apenas quatro foram pelo ar e devem-se em grande parte ao jogador do momento no Dragão: Luis Díaz é responsável por três dos quatro golos de cabeça e o outro foi assinado por Taremi, frente ao Liverpool. O pé direito, refira-se, tem dominado as finalizações (21), quase o dobro das conseguidas com o esquerdo.
Esta relativamente baixa produção aérea, sublinhe-se, pouco ou nada tem prejudicado a equipa, que continua a ter uma média de golos superior à dos rivais de Lisboa, ainda que estes estejam a aproveitar melhor as alturas. Só no campeonato, o Sporting leva seis golos de cabeça, o Benfica cinco e o FC Porto tem três.
Outro dado que salta à vista nesta análise é a baixa produção alcançada na sequência de lances de bola parada. Os esquemas táticos, como Sérgio Conceição gosta de lhes chamar, ainda só renderam quatro golos, como se pode ver na infografia, um valor abaixo do habitual no FC Porto. Por outro lado, isso quer dizer que a equipa tem conseguido desbloquear os jogos e quebrar as muralhas defensivas contrárias em lances de bola corrida, que representam 86,5 por cento dos golos conseguidos até à data, em 17 partidas.
Mas quatro é mesmo o número "mágico" do FC Porto já que, além de ser o número de golos marcados de cabeça e de bolas paradas é, também, o dos tentos conseguidos de fora da área. E se Luis Díaz é o especialista pelo ar, na meia distância quem manda é Sérgio Oliveira, com três golos de longe.
O mais recente serviu para abrir o marcador na deslocação ao terreno do Santa Clara. Antes já tinha feito o mesmo ao Sintrense e ao Gil Vicente, neste caso na marcação de um livre direto já perto do final e que garantiu a conquista dos três pontos. Nesse jogo, em Barcelos, foi apontado o outro golo de (muito) longe, num remate quase do meio-campo de Taremi que no final da época estará, seguramente, entre os melhores do campeonato.
Olhando agora para o relógio, há dois quartos de hora que se destacam como "preferidos" para os portistas marcarem, um a fechar as primeiras partes e o outro a meio das segundas. Mais complicado tem sido marcar cedo...
Uma coligação de centro direita
O FC Porto marca mais dentro da área, com o pé direito, de bola corrida e nas segundas partes, mas de onde nascem os golos? O JOGO também fez essa recolha e a tendência é clara: a equipa cria mais pelo corredor central, o que não é estranho quando tem dois alas - por norma, Otávio e Díaz - que jogam bastante por dentro.
São 18 golos construídos pelo corredor central contra 11 pela direita e apenas oito pela esquerda, o que se pode justificar não só pela presença de Díaz na área como pela menor profundidade dada por Zaidu e Wendell em relação a João Mário do outro lado.