Pérola precisa de menos minutos para marcar ou assistir do que os “inventores” da Seleção. Camisola 86 do FC Porto soma uma ação decisiva a cada 123’. Bruno Fernandes aproxima-se, mas fica aquém do jovem Rodrigo no rácio. Chamada às Quinas em setembro é cenário muito provável.
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Dos apontamentos interessantes deixados na primeira metade da época à grande preponderância que mostrou nos últimos jogos foi uma questão de meses. O capital de influência de Rodrigo Mora no FC Porto aumentou de forma exponencial nas últimas semanas, com o criativo a marcar cinco golos nos últimos cinco jogos dos dragões. Juntando as assistências, a conta total da época ascendeu aos oito remates certeiros e três ofertas, ou seja, 11 participações diretas em golo. E, à boleia do apreço que Roberto Martínez tem pela pérola portista, noticiado por O JOGO na última semana, fizemos contas ao rácio de ação decisiva por minutos somados em 2024/25 e comparámos com os registos dos médios de cariz ofensivo e extremos que o selecionador utilizou (ver infografia) na equipa das Quinas. Conclusão: Mora é o jogador que precisa de menos tempo para faturar ou assistir.
Com 1348 minutos distribuídos por 28 partidas no FC Porto, Mora faz golo ou dá a marcar a cada 123’. Olhando para as fileiras da Seleção Nacional desde o último Europeu, quem mais se aproxima é Bruno Fernandes, que, no Manchester United, conta impressionantes 33 participações diretas em golo (17 tentos e 16 assistências). Por outro lado, o tempo de jogo do médio de 30 anos nos “red devils” é mais de três vezes superior ao do jovem prodígio portista, fator que justifica a vantagem de Rodrigo.
Nomes como Rafael Leão, Trincão e João Neves, entre outros, também têm realizado campanhas superlativas em termos estatísticos, mas não conseguem apanhar Mora. Já Diogo Jota continua a ser garantia de eficácia no Liverpool: em “apenas” 1714’, acumulou 12 ações decisivas. Mais uma do que as do camisola 86 dos dragões, que volta a ficar abaixo no decisivo parâmetro dos minutos.
Nesta contabilidade não foram incluídos os internacionais que, apesar de terem figurado em pelo menos uma convocatória de Martínez, não somaram qualquer minuto por Portugal esta época. Exemplos de Matheus Nunes, Pedro Gonçalves e… Geovany Quenda, curiosamente um dos melhores amigos de Rodrigo Mora. O extremo do Sporting ainda aguarda pela estreia na seleção principal, mas, se quisermos juntá-lo ao comparativo, concluímos que também sai a perder para o rival clubístico: apresenta um rácio de uma ação decisiva a cada 391’.
Os números nem sempre refletem as muitas nuances da época de um jogador, mas a verdade é que Mora vai respondendo à maior regularidade com uma dose exponencial de preponderância. O diamante forjado no Olival e polido na formação principal do FC Porto já entrou na última pré-convocatória da Seleção – a lista mais reduzida, com cerca de 40 nomes – e tudo indica que a chamada de estreia estará para breve. Se junho, com a final four da Liga das Nações, parece pouco provável, uma vez que Martínez deverá optar por um grupo mais rotinado, a de setembro surge como hipótese mais realista. Manter o nível atual será suficiente para Mora “carimbar” a vaga nessa lista de eleitos.