SAD quer “amarrar” Rodrigo com vínculo longo e conta com a vontade do jogador. “Toda a gente sabe o que eu quero para mim e quanto gosto deste clube”, afirma o jovem criativo na mais recente edição da revista “Dragões”. Só esta época, a cláusula de rescisão subiu 50 por cento.
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Rodrigo Mora e o FC Porto estão em sintonia no que toca ao futuro do médio-ofensivo. A um mês de completar 18 anos de idade – sopra as velas no dia 5 de maio –, o camisola 86 dos dragões tem em mãos uma proposta de renovação que, sabe O JOGO, o deixará ligado ao clube do coração até ao final da temporada 2029/30, ou seja, por mais cinco épocas. Em entrevista ao nosso jornal e ao JN, publicada a 26 de março, André Villas-Boas anunciou o arranque das negociações entre SAD e jogador com vista a esse desfecho e, na mais recente edição da “Dragões”, a pérola maior da fábrica de talentos do Olival corroborou as palavras do presidente, deixando clara a ideia de que pretende continuar a vestir de azul e branco. “Só posso dizer o que é verdade, estamos a negociar. Toda a gente sabe o que eu quero para mim e toda a gente sabe o quanto gosto deste clube. Por isso, agora temos que ver entre o presidente, a minha família e os meus representantes”, afirmou Mora, numa conversa divulgada ontem.
Voltando às palavras do presidente do FC Porto, o plano delineado pela SAD neste dossiê consiste em dotar o contrato de Rodrigo de uma cláusula de rescisão mais avultada. Mais precisamente, entre os 80 e os 100 milhões de euros (M€), valores que, crê a estrutura do futebol dos dragões, deverão ser suficientes para “assustar”, pelo menos no futuro próximo, eventuais interessados, sabendo-se que o criativo já surgiu na órbita de tubarões como PSG e Manchester United.
Não obstante essa necessidade de melhorar a “blindagem”, a verdade é que, no decorrer desta época, os interesses do FC Porto ficaram salvaguardados. Aquando da última renovação, oficializada em julho e válida até 2027 (os menores de idade só podem rubricar vínculos com uma duração máxima de três anos), a cláusula de Mora ficou estipulada em 45 M€… com uma adenda: depois de Rodrigo cumprir determinado número de jogos na equipa principal, esse valor aumentaria 50 por cento, estando atualmente fixado em 67,5 M€ (45 M€ mais 22,5 M€). Mas AVB e a respetiva cúpula diretiva não querem correr riscos. Com o verão a meros meses de distância, o vínculo entre o internacional sub-21 e o FC Porto é para prolongar, com proteção melhorada. A julgar pelas palavras de ambos, é só uma questão de tempo até que esse desejo seja consumado.
“Jovem” Anselmi já lhe “deu na cabeça”
Em termos individuais, Rodrigo Mora dificilmente poderia estar a viver uma melhor época de estreia na equipa principal. Em 25 jogos, o jovem criativo marcou cinco golos e fez três assistências. Nos últimos dois encontros “picou o ponto” e, na hora de falar sobre Martín Anselmi, exaltou a… juventude do treinador. “É um míster muito novo, mas já sabe muito de futebol. Estamos a gostar muito de trabalhar com ele. Tenta falar com todos, não só a nível individual, mas também sobre as famílias. Procura o bem-estar de cada jogador”, detalha o camisola 86, não escondendo, ainda assim, que também já levou um ou outro raspanete. “Acho que melhorei a nível de posicionamento, foi nesse aspeto que ele mais me deu na cabeça. Sobretudo em relação ao meu posicionamento quando temos a bola. Por vezes, quero mexer-me muito e o melhor é ficar parado. O posicionamento foi o aspeto em que cresci mais”, reconhece o jogador.
Em termos coletivos, a campanha do FC Porto tem gerado menos sorrisos, mas Mora pede tempo. “Damos a vida uns pelos outros, existe uma grande entreajuda e, enquanto equipa, nunca desistimos. Vamos dar o máximo em todos os jogos, vamos lutar sempre pela vitória, independentemente do adversário. Nunca vamos desistir”, promete, deixando uma mensagem aos adeptos. “Ainda somos uma equipa jovem, com um treinador jovem. Temos uma longa caminhada pela frente, nunca deixem de acreditar em nós”, apela.