SAD do FC Porto sente-se protegida pela cláusula de rescisão de 70 M€ que blinda Rodrigo Mora e pretende juntar reforços de qualidade inequívoca ao médio-ofensivo, que continua a ser talismã nos dragões
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O momento mágico (mais um) de Rodrigo Mora que abriu caminho ao triunfo do FC Porto no Bessa (2-1), anteontem, foi o primeiro golo do médio-ofensivo depois de completar 18 anos, celebrados no dia 5 de maio. Entre o aniversário e o dérbi da Invicta surgiu o anúncio da esperada renovação de contrato, corolário da aposta da SAD no presente, mas também no futuro.
De acordo com informações recolhidas por O JOGO, o criativo formado no Olival, por estes dias figura maior da equipa de Martín Anselmi, é tido como a “bandeira” no planeamento da estrutura de futebol dos dragões para a próxima temporada, que servirá para vincar o estatuto do camisola 86 como peça central na máquina azul e branca. Não está, por isso, na cabeça de ninguém na estrutura perdê-lo no próximo defeso.
Nesse sentido, a nova cláusula de rescisão de Mora, fixada em 70 milhões de euros (M€), funciona como “almofada” para a SAD. Mesmo estando ciente da volatilidade do mercado de verão e dos valores praticados por alguns dos clubes mais endinheirados do futebol europeu, a sociedade portista confia que muito dificilmente surgirá em cena um “tubarão” que seja capaz ou esteja disposto a pagar esse valor a pronto, até porque não há margem para negociação no que concerne ao internacional sub-21, cuja emancipação a nível de Seleção pode estar para breve.
A juntar a isto, Rodrigo Mora surge como materialização do projeto idealizado por Villas-Boas para o FC Porto: um ativo de qualidade comprovada, saído da formação e com margem de progressão elevadíssima. Contudo, e porque a responsabilidade não pode recair sobre os ombros de apenas um jogador, ainda mais tão jovem, os dragões já trabalham de forma afincada na planificação de 2025/26, que continuará a contar com Martín Anselmi no comando técnico e várias caras novas no plantel. O JOGO sabe que na agenda azul e branca está a adição de reforços de qualidade inequívoca ao elenco que o técnico argentino terá à disposição, jogadores capazes de fortalecer a equipa e de sustentarem o salto qualitativo que Mora deu ao jogo portista.
De resto, os números do jovem médio-ofensivo são reflexo fiel do peso cada vez maior que vai tendo na manobra dos dragões dentro de campo. Com o nono golo ao serviço da equipa principal, Rodrigo subiu ao “top-10” de melhores marcadores da I Liga, empatado com Trincão (Sporting), Aranda (Famalicão) e Félix Correia (Gil Vicente). Com 18 anos e 6 dias, Mora tornou-se, também, no portista mais jovem de sempre a chegar aos nove remates certeiros, superando o registo do “Bibota” Fernando Gomes. (18 anos e dois meses). Na história do campeonato, aliás, só um jogador logrou semelhante façanha em mais tenra idade: Guilherme Espírito Santo, que representou o Benfica nas décadas de 30 e 40. Como se não bastasse, a pérola do Olival, que participou diretamente em sete golos nos últimos oito desafios, continua a ser talismã: sempre que “picou o ponto”, o FC Porto ganhou.
Outra vez na pré-lista de Martínez
Há muito no radar de Roberto Martínez, Rodrigo Mora volta a estar, sem surpresa, nos pré-convocados da Seleção Nacional para a final four da Liga das Nações. O rendimento fala por si e o médio-ofensivo nunca reuniu tantos argumentos para poder ser chamado à equipa das Quinas como agora. Como O JOGO revelou em abril, o jovem criativo já tinha figurado numa pré-lista mais restrita em março, antes do duplo embate com a Dinamarca. Desta feita, aspira mesmo à convocatória que será divulgada no dia 20 de maio. Portugal defronta a Alemanha a 4 de junho e volta a jogar no dia 8, seja pelo troféu, seja pelo terceiro lugar.