Tony, um técnico campeão dos afetos, a procurar transmitir crença numa surpresa do Montalegre no Dragão. Aposta de Paulo Viage para recomeçar carreira como técnico principal, após trabalho como adjunto nos Camarões e no Paços de Ferreira na segunda vida de César Peixoto
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O Montalegre chega ao Dragão com um poder anímico muito assinalável fruto de ótima campanha no CdP, não perde há seis jogos, e de uma presença na Taça de Portugal que irá desafiar a superação dos atletas. Com um treinador calejado e habituado na sua carreira de jogador a pisar o recinto portista várias vezes, os transmontanos têm na sua esfera de comando um conhecedor da exigência e transcendência destes jogos e uma voz com eco fortíssimo no que são os mandamentos e os valores. O antigo adjunto dos Camarões, embaixador de Montalegre no âmbito desportivo, tem sido feliz num clube da capital da região do Barroso.
"Tem sido um trajeto positivo mas muito difícil pela dificuldade da interioridade. Há muito sacrifício envolvido e uma resolução de problemas diários. Não foi fácil atrair jogadores para aqui, o orçamento é baixo, foi reduzido. Vamos agradecendo o apoio possível da autarquia e de poucas empresas. Fiz uma escolha familiar, para estar perto dos meus pais, além de que o presidente é um amigo de longa data. Juntei o útil ao agradável", explica o timoneiro dos transmontanos, olhando ao contexto que o fez recomeçar a carreira de técnico principal. A ida ao Dragão vai sendo encarada com uma satisfação arrebatadora.
"Peço-lhes que desfrutem do jogo e joguem com coragem. Tivemos de suar muito, deixar muito sangue para chegar a este jogo. É um prémio merecido, espero que o jogo atraia luz para os meus jogadores e possam a partir dele melhorar a suas vidas. O maior título que posso ter é esse, espero que consigam oferecer estabilidade às suas famílias. Só lhes peço que joguem com alma e coração!", reclama.
"Num primeiro momento pensei que era mais bonito trazer o FC Porto a Montalegre mas ir ao Dragão é algo incrível para os meus jogadores. Vão jogar num estádio mítico contra equipa do top mundial, com grandes jogadores e um ótimo treinador. Assim é mais um prémio para eles e que, ao jogarem nesse palco, sintam vontade de lá voltar o máximo de vezes possível. E para chegarem lá sabem que têm de trabalhar muito e serem regulares no campeonato. Essa regularidade é que lhe vai abrir as portas a melhores contratos. Que ganhem o gosto de jogar nestes palcos!", enfatiza Tony, orgulhoso da mobilização em Montalegre, estimando-se que mil adeptos viajem até ao Porto em autocarros e meios próprios.