Fora das cinco principais ligas, as marcas do FC Porto na Champions são um caso ímpar de sucesso.
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A qualificação do FC Porto para os quartos-de-final da Liga dos Campeões reforçou um estatuto muito próprio dos dragões na Europa.
Desde a introdução do formato Liga dos Campeões, em 1993, Ajax (1995) e FC Porto (2004) foram os únicos clubes fora das grandes ligas a conquistarem a prova
São um caso singular de sucesso fora das cinco principais ligas e poucos clubes, entre a elite, apresentam um percurso mais robusto, desde o início do formato Champions, em 1992/93.
Daí para a frente, o FC Porto conta sete presenças nos "quartos" da competição, às quais se podem ainda acrescentar as meias-finais de 1993/94 - nessa época, dois grupos apuravam os quatro semifinalistas. Como se pode ver no quadro acima, sete é também o número de clubes com mais presenças nos "quartos", e todos competem nos grandes campeonatos, num número que não sofrerá alterações aconteça o que acontecer nos restantes jogos dos "oitavos".
O segundo melhor "intruso" é o Ajax, com cinco, o terceiro é o Benfica, com quatro, e os restantes treze emblemas fora das grandes ligas dividem-se entre duas presenças (quatro) e apenas uma (nove). Além disso, o mérito do percurso do FC Porto também se vê por outros clubes de renome que não fizeram melhor, com o milionário Manchester City à cabeça. O quadro em baixo evidencia ainda profunda discrepância dos orçamentos das equipas nesta fase da prova, de acordo com a avaliação do portal Transfermarkt, mas, apesar de repetidos investimentos avultados na última década, o City, se passar o M"Gladbach, atingirá os "quartos" apenas pela quinta vez; tantas como Ajax e Lyon, menos uma que Inter e Arsenal. Caso o Atlético vire a eliminatória com o Chelsea, chegará ao patamar do FC Porto, onde também estão Dortmund, PSG e Milan, com uma ressalva para os "rossoneri": foram à final nas duas primeiras edições, quando dois grupos apuravam os dois finalistas em 1993 e quatro semifinalistas em 1994.
Ora, como já escrevemos, o clube da Invicta foi um desses semifinalistas (perdeu com o Barcelona e o Milan bateu o Mónaco) no que serve de amostra para outro fator relevante. As pegadas do dragão na Champions estão lá desde o início e passaram não só pelos vários modelos da prova, mas também pelos diversos ciclos do clube, ao contrário de, por exemplo, Atlético de Madrid, que só na última década se habitou a chegar às fases mais adiantadas.
Em 1996/97, os azuis e brancos caíram nos "quartos" perante o Manchester United; 2000 foi o ano da polémica eliminatória com o Bayern Munique, mas a segunda "orelhuda" chegaria quatro anos depois - só o Ajax, fora das maiores ligas, fez o mesmo. Um golo prémio Puskas de Ronaldo, pelo United, em 2008, impediu o FC Porto de chegar às meias-finais, e o Bayern, de novo, virou a eliminatória em 2015. Já com Sérgio Conceição, o Liverpool interrompeu a caminhada em 18/19, depois de eliminada a Roma, em prolongamento.