Estatísticas mostram que a equipa azul e branca pressiona mais e melhor. Golos recentes (Milan e Santa Clara) nasceram deste trabalho, que já foi reconhecido, inclusive, por Sérgio Oliveira
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A versão 2021/22 do FC Porto é muito mais asfixiante do que a da época passada. Sérgio Oliveira apontou a característica como um dos segredos do sucesso da equipa esta temporada e as estatísticas recolhidas por O JOGO, com a ajuda do portal "Wyscout" sustentam a teoria.
A equipa de Sérgio Conceição elevou os índices nos duelos defensivos e nos duelos aéreos, permite menos remates, demora menos a recuperar a bola e concede menos posse às formações que defronta.
Se é verdade que o número de interceções e recuperações diminuiu, embora a diferença neste último parâmetro seja residual, o facto de ter mais posse de bola também diminui a necessidade desse tipo de ações. No ataque à baliza portista, os adversários já não conseguem fazer a bola circular como na temporada transata (a média de 7,1 passes por posse é inferior em relação a 2021/22) e, como consequência, rematam menos vezes.
Importa ainda referir que, contabilizando somente os dados da Liga Bwin, os dragões ocupam o terceiro lugar no ranking de eficácia nos duelos defensivos, só atrás de Boavista e Sporting.
Num passado recente, esta pressão alta promovida pelo FC Porto traduziu-se também em golos. Na visita ao Milan, o tento de Luis Díaz nasceu de uma recuperação de Grujic já no último terço do terreno. Dias depois, contra o Santa Clara, o de Sérgio Oliveira seguiu-se a um corte de Otávio. Esta particularidade do jogo portista foi, aliás, destacada pelo subcapitão na entrevista que deu a O JOGO.
"Esta época conseguimos fazer as coisas de maneira diferente, ter uma pressão muito mais alta, recuperar a bola mais rapidamente", explicou o internacional português, atribuindo a evolução à "envolvência de todos na parte defensiva e tática".
Na antevisão do jogo nos Açores, o último da equipa antes da recente paragem de seleções, Sérgio Conceição admitiu que "este é o ano em que a equipa está a praticar o futebol mais bonito" e a verdade é que, na missão de asfixiar os oponentes, o dragão tem sido bem-sucedido. A vertente "mais vistosa", como chegou a referir o treinador, é impulsionada por esse trabalho aprimorado.